Em meio às dúvidas no mundo político se parte das Forças Armadas estaria disposta a aderir a uma ruptura institucional, o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, afirmou nesta quarta-feira, 25, que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica estão "sempre prontas a cumprir a missão delegada pelos brasileiros na Carta Magna".
Ele ainda destacou que as Forças Armadas têm como comandante supremo o presidente da República e que também são dirigidas pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto. “Sob a autoridade do presidente da República, comandante supremo das Forças Armadas, e integrado à direção superior do ministro da Defesa, o Exército brasileiro não para em circunstância alguma. E irmanado com a Marinha e com a Força Aérea Brasileira, mantém-se sempre prontas a cumprir sua missão, delegada pelos brasileiros na Carta Magna", disse o comandante do Exército. "A defesa da pátria, a garantia dos poderes constitucionais, a garantia da lei e da ordem são o farol que orienta o preparo da força terrestre.”
Como revelou o Estadão/Broadcast Político, o general e titular da Defesa mandou recado com ameaças – por meio de um interlocutor – ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), de que não haveria eleições em 2022 caso o voto impresso não fosse aprovado no Congresso Nacional.
As declarações foram feitas durante pronunciamento na cerimônia do Dia do Soldado, em Brasília, com a presença do presidente Jair Bolsonaro, do presidente da Câmara, do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e de ministros como Paulo Guedes, da Economia, e Marcelo Queiroga, da Saúde. Em uma postura inusual, Bolsonaro utilizou máscara de proteção contra a covid-19.
Férias. Ao deixar o Palácio do Planalto, nesta manhã, enquanto ouvia gritos de apoiadores por sua permanência na cadeira do Executivo, Bolsonaro disse, rindo, que quer tirar “férias”.
Questionado sobre filiação ao Patriotas para concorrer ao pleito de 2022, o presidente, no entanto, relembrou que ainda não tem um partido para concorrer novamente à Presidência da República.
Desde 2019, Bolsonaro tenta construir a sigla Aliança Pelo Brasil, quando decidiu deixar o partido pelo qual se elegeu, o PSL, após desavenças com o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar. O projeto para criação da sigla, no entanto, não obteve as assinaturas necessárias para sua criação.
Ainda assim, a Aliança Pelo Brasil afirmou, na segunda-feira (23) no Twitter, que montará tendas, na Avenida Paulista (SP), durante as manifestações de 7 de setembro, para recolher assinaturas para criação do partido.
Bolsonaro tem negociado filiação com várias siglas, como Progressistas, Patriota, PTB e até mesmo o PRTB, legenda do vice-presidente Hamilton Mourão.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.