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Ao todo, 53 e-mails da Pfizer ao governo Bolsonaro ficaram sem resposta, diz Randolfe

Nas redes sociais, o vice-presidente da CPI da Covid descreve que o último contato, de 2 de dezembro, é um 'e-mail desesperador" da farmacêutica pedindo algum tipo de informação sobre oferta de vacinas

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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou na manhã desta sexta-feira, 4, que, ao todo, a gestão Jair Bolsonaro deixou de responder 53 e-mails da farmacêutica Pfizer enviados para pedir um posicionamento sobre a compra de vacinas para a covid-19. Randolfe disse, em sua conta no Twitter, que a informação faz parte das investigações feitas pela CPI da Covid no Senado, da qual é vice-presidente.

Os senadores, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Omar Aziz (PSD-MS), e Renan Calheiros (MDB AL), durante entrevista coletiva Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Em uma sequência de mensagens, o senador afirmou que a “omissão na aquisição de vacinas da Pfizer acontecia ao mesmo tempo que o nosso Itamaraty pressionava a Índia para liberar cargas de hidroxicloroquina a uma empresa brasileira” e classificou a ação do Ministério das Relações Exteriores no caso como “advocacia administrativa” – patrocinar interesse privado por meio da administração pública, crime previsto no Código Penal.

“O último, datado de 2 de dezembro de 2020, é um e-mail desesperador da Pfizer pedindo algum tipo de informação porque eles queriam fornecer vacinas ao Brasil”, escreveu o senador.

O presidente da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, ex-presidente da empresa no Brasil, que esteve na CPI da Covid há duas semanas, havia informado aos senadores que entregaria toda a sequência cronológica de tentativas de negociação da farmacêutica com o governo federal no ano passado, enquanto a vacina era produzida. Durante o depoimento, ele citou nove tentativas de contato, que não tiveram resposta – nem negativa nem positiva. 

Na ocasião, o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, chegou a dizer que ao menos mais 4 milhões de doses da vacina teriam chegado neste semestre caso um acordo tivesse sido fechado no momento em que a empresa fez a primeira oferta, em agosto do ano passado.

O Estadão procurou o Ministério da Saúde e o gabinete da Presidência para questioná-los sobre as informações publicadas por Randolfe, mas nenhum dos órgãos respondeu. 

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