O penúltimo debate eleitoral deste primeiro turno, realizado nesta segunda-feira, 30, tiveram como alvo o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que lideram as pesquisas de intenção de voto na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Além de terem trocado farpas, os dois também estiveram na mira do influenciador Pablo Marçal (PRTB). O embate foi promovido pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo portal UOL.
Destaques
No início do debate Marçal questionou Boulos sobre o uso de drogas, e o candidato do PSOL afirmou que nunca usou cocaína. “Provei maconha uma vez na adolescência. Nunca mais. Deu uma dor de cabeça danada”, disse.
Em outro ponto do debate, o candidato do PRTB insistiu na pergunta sobre o boletim de ocorrência registrado pela esposa de Nunes por suposta violência doméstica. “Como você é baixo, cara”, rebateu Nunes, afirmando que nunca levantou um dedo para a esposa.
Já em embate com a deputada Tabata Amaral (PSB), Marçal disse que “mulher não vota em mulher, mulher é inteligente”. A declaração foi alvo de críticas dos adversários. “Marçal insinuou que quem vota em mulheres teria menos inteligência. Lamentável. Triste ouvir isso de alguém que quer governar a maior cidade do Brasil”, afirmou Boulos.
Nunes voltou a dizer que é contra o passaporte vacinal, colocado em prática pela gestão da qual fez parte. Marçal afirmou que o prefeito mudou de ideia nas últimas semanas, após ser cobrado por bolsonaristas. Nunes disse que é questão de “aprender com as situações” e que hoje não faz sentido a medida.
O debate também se voltou para a discussão sobre a fé dos candidatos, em disputa sobre o voto evangélico. Marçal questionou o prefeito sobre conhecimentos de religião, acusando o emedebista de estimar apenas a intenção de voto do eleitorado evangélico. Nunes rebateu, relembrando o fato do influenciador ter sido condenado por furto qualificado – decisão que prescreveu.
Acompanhe ao vivo
Termina a transmissão
Chega ao fim a transmissão do penúltimo debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Acompanhe a cobertura completa do Estadão nesta reta final do primeiro turno das eleições 2024. Confira as reportagens neste link.
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Marçal diz que Nunes é ‘um coitado’
“Foi o melhor debate de todos”, disse Pablo Marçal em entrevista após o encerramento do debate. O ex-coach disse que a discussão foi de “alto nível” e que Ricardo Nunes é “realmente um coitado”, pois não respondeu sobre a queixa à polícia sobre violência doméstica.
“Ele não treinou com o marqueteiro. É desesperador. Ele não responde a pergunta em hipótese nenhuma”, disse Marçal.
Marçal rebateu a pecha de que uma de suas falas durante o debate foi misógina. Durante o evento, o ex-coach afirmou que “mulheres inteligentes” não votariam em Tabata Amaral. Segundo o candidato do PRTB, ele se referia às eleitoras que, avaliando o desempenho da candidata do PSB, não escolheriam a deputada federal como opção de voto à Prefeitura.
Questionado sobre “as ondas” das quais depende para ganhar a eleição, Marçal desmentiu que se tratem de picos de engajamento. Segundo o candidato, as ondas são “vibrações” que irão “atingir a todos”.
Em provocação, Marçal disse que ama “a pureza” que a candidata do PSB “vende” para o público, mas que Tabata é uma “talarica”, por ter iniciado o namoro com o prefeito de Recife, João Campos (PSB), enquanto ele estava noivo de outra mulher. “Você é uma talarica. Você tinha que respeitar as mulheres”, disse o ex-coach. Como a deputada federal já concedeu entrevista, ela não poderá responder o candidato do PRTB.
‘Sempre tem aquelas baixarias’, diz Nunes
“Não existe absolutamente nada em relação a isso”, disse Ricardo Nunes sobre as acusações alçadas pelos adversários durante o debate em relação a um possível envolvendo com o inquérito conhecido como “máfia das creches”. “Infelizmente, sempre tem aquelas baixarias”, afirmou o prefeito em entrevista na saída do evento.
Sobre a pergunta insistentemente proposta por Pablo Marçal durante o encontro, sobre o B.O. por violência doméstica, o prefeito voltou a desmentir que tenha agredido a cônjuge. “Sou casado há 27 anos, amo a minha esposa, sou pai de três filhos, avô. Isto aconteceu num desentendimento há 14 anos atrás, sem nenhum tipo de acusação física”, afirmou o candidato à reeleição.
Sobre a questão do aborto legal na rede municipal de hospitais, Nunes voltou a dizer que o poder público segue o estabelecido pela lei, não havendo restrição do procedimento por critério pessoal do mandatário. “A Prefeitura de São Paulo, como todas as outras, atende a legislação”, disse o candidato do MDB.
Nunes também qualificou como “interessante” a dinâmica do banco de tempo, mas criticou a administração dos minutos para lançar petardos e acusações contra os adversários. O prefeito também criticou a dinâmica dos direitos de resposta, afirmando que a concessão das falas do tipo foi “econômica”.
‘Jamais aceitaria estar ao lado de um condenado’, diz Tabata sobre convite de Marçal
A deputada federal afirmou que conseguiu debater as propostas de seu plano de governo, mas que “fica claro um desrespeito muito grande dos adversários”, afirmando que eles se esquecem que o debate não é “sobre o ego deles”. A candidata também foi questionada sobre a autoria dela nos projetos aprovados na Câmara. Ela qualificou a reportagem que traz a informação em questão como “panfletária” e que o outro lado dado por ela é maior que a matéria em si.
Sobre a afirmação de Marçal sobre “mulheres inteligentes não votarem em mulheres”, Tabata afirmou que “só alguém deplorável e detestável” como Marçal faria a afirmação que fez. A candidata afirmou que o adversário é “um palhaço” e que jamais aceitaria estar ao lado de uma pessoa condenada, sobre o convite que Marçal fez durante o debate, para que a deputada assumisse a Secretaria de Educação de uma eventual gestão do ex-coach.
Boulos critica ‘ausência de respostas’ de Nunes
Sobre o balanço do debate, Boulos afirmou que “chama atenção a ausência de respostas de Ricardo Nunes”, e que a postura “é grave”. O deputado federal disse que a dinâmica não favoreceu para a discussão de propostas, mas sim para o embate entre os candidatos.
Boulos ainda afirmou que “sob hipótese nenhuma” fez uma dobradinha com Marçal contra Nunes, nos questionamentos sobre o boletim de ocorrência de violência doméstica registrado pela esposa do atual prefeito. Sobre o uso de maconha, Boulos disse que foi a primeira vez que foi questionado diretamente, e que, se o tivesse sido antes, também teria tocado no assunto antes.
Fim do debate
Termina o debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo. Agora, os candidatos concedem entrevista a jornalistas. Acompanhe.
Considerações finais de Boulos
O candidato do PSOL afirmou que foi atacado de maneira “baixa e desleal” durante toda a campanha e de “todas as formas”, porque, segundo ele, “existe um medo real em relação a mudança”. O candidato afirmou que ele está entre um “aventureiro” e um prefeito que trabalhou pouco durante sua gestão.
Balanço de direitos de resposta e advertência
Foram, ao todo, 13 pedidos de direito de resposta. Marçal fez seis, teve cinco negados e um aceito; Nunes solicitou cinco direitos de resposta, e foram três negados e um aceito; Boulos pediu direito de resposta duas vezes, que foram negados.
No final do debate, já nas considerações finais, Marçal recebeu advertência após citar um apelido de um adversário.
Considerações finais de Tabata Amaral
“Quem não lhe respeita no período eleitoral com toda a certeza não vai lhe respeitar nos próximos quatro ou oito anos. São Paulo merece muito mais do que isso”, disse Tabata.
“São Paulo merece uma prefeitura que trabalhe todos os dias”, afirmou a candidata do PSB. “Peço a vocês esta oportunidade”.
Considerações finais de Marçal
Em sua mensagem ao final do debate, Marçal chamou os seguidores para subir uma hashtag questionando Nunes sobre o caso do boletim de ocorrência, aproveitando o tempo para repetir apelidos dados aos concorrentes ao longo da campanha – como “bananinha”, “sem experiência” e “radical de marca maior”–, e dizendo que eles representam “o comunismo”.