No debate da TV Record neste sábado, 28, o nono do primeiro turno das eleições 2024, os candidatos à Prefeitura de São Paulo isolam o influenciador Pablo Marçal (PRTB), enquanto o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado Guilherme Boulos (PSOL) trocam acusações, mesmo durante as perguntas de jornalistas.
Destaques
No embate inicial, Tabata Amaral (PSB) tirou o foco do candidato do PRTB, ao contrário do que vinha fazendo nos últimos confrontos, e mirou Guilherme Boulos (PSOL). O candidato do PSOL, porém, escolheu fazer críticas à gestão de Ricardo Nunes (MDB). Também participam do debate José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo).
Marçal, em resposta a uma pergunta de Marina Helena, chamou o candidato do PSOL de “Boules”, como já havia feito em outros debates. Rapidamente, pediu desculpas, mas foi advertido pelo mediador Eduardo Ribeiro, já que as regras do confronto proíbem o uso de apelidos.
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Boulos pergunta para Nunes onde ele estava durante apagão que atingiu São Paulo
O candidato Guilherme Boulos questionou Ricardo Nunes sobre apagão que atingiu São Paulo no dia 5 de novembro de 2023, após tempestade. O candidato do PSOL perguntou onde Nunes estava naquele momento.
Nunes não respondeu. Ele disse que Boulos, como deputado federal, livrou André Janones (Avante-MG) de ser responsabilizado pelo esquema de “rachadinha” em parecer na CCJ da Câmara dos Deputados. O prefeito, que tenta reeleição, citou obras de sua gestão e construção de 72 mil moradias para população paulistana.
Boulos rebateu e disse considerar “rachadinha” crime. “Independente se é o Janones ou o Flávio Bolsonaro, que é amigo do Nunes”. Boulos disse que no dia 5 de novembro, durante apagão, Nunes estava em camarote de UFC.
Nunes rebate e diz que no dia 23 de setembro de 2015, Boulos invadiu o Ministério da Fazenda“Tem foto (do Boulos) em cima da mesa”. O candidato do MDB afirmou ter feito reclamações contra a Enel, responsável pela energia elétrica na capital, em Brasília.
Análise: Boulos e Nunes indicam estratégias que esperam explorar no segundo turno
No primeiro confronto direto entre os dois, Guilherme Boulos e Ricardo Nunes mostraram um pouco da estratégia que pretendem explorar no segundo turno, caso consigam chegar até lá como indicam a maior parte das pesquisas. Boulos, dizendo que Nunes foi omisso na prefeitura e que desapareceu quando o povo mais precisou. E Nunes explorando um passado radical de Boulos no comando dos movimentos por moradia e a posição no processo de cassação e Janones.
Ricardo Corrêa
Começa o segundo bloco
O segundo bloco é de confronto direto entre candidatos com tema livre, no formato de pergunta e resposta. Pergunta de 30s, resposta de 2min, réplica de 1min30s e tréplica de 2min.
Fim do primeiro bloco do debate da TV Record
- Fim do primeiro bloco do debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo.
Marina diz ser viável pobre pagar consulta em clínica particular
A jornalista Bruna Lima, do portal R7, perguntou para Marina sobre propostas para população vulnerável. Em resposta, a candidata do Novo afirmou ter propostas para “levar a vida boa para periferia”. Ela cita, por exemplo, que as pessoas tenham acesso aos planos de saúde. “Dá para pagar sua consulta nas clínicas particulares” se o Estado evitar gastos no setor público considerados por ela desnecessários. A candidata diz que muito dinheiro sai dos bolsos dos contribuintes para garantir mamatas e cabide de emprego.
Datena, em seu comentário, afirmou que que governará para pobre sem esquecer dos ricos. “Vai ser isento de impostos para dar emprego para pobre”. O candidato do PSDB promete ainda que usuários do Bolsa Família poderão utilizar ônibus todos os dias sem necessidade de pagar tarifa.
Marina, em réplica, diz que há necessidade de ampliar investimento em segurança pública e questionou o Poder Judiciário sobre soltar criminosos que voltam a cometer crimes em sociedade.
Quem acompanha Boulos no debate?
Guilherme Boulos é assessorado no estúdio pelo coordenador de comunicação da campanha, Josué Rocha, pelo assessor de imprensa, Ednilson Machado, e pelo marqueteiro da campanha, Lula Guimarães.
Marqueteiro que levou soco aconselha Nunes
Duda Lima, marqueteiro de Ricardo Nunes que levou soco de um assessor de Pablo Marçal no último debate, está novamente no estúdio para aconselhar o prefeito durante os intervalos. O agressor, Nahuel Medina, não compareceu. Ele precisa ficar a pelo menos 10 metros de distância de Lima por causa de uma medida protetiva expedida pela Justiça.
O outro conselheiro de Nunes é o assessor de comunicação Leandro Cipoloni.
Tabata afirma que ‘robô não vota’
Rafael Algarte, da Record News, perguntou para Tabata sobre quem ela apoiaria num eventual segundo turno, uma vez que as pesquisas mostram que provavelmente a candidata não chegará a segunda etapa da disputa. “Robô, graças a Deus não vota, mas pessoa de carne e osso vota”, disse a candidata, afirmando que é preciso ter respeito com o eleitor e que as agressões nos debates servem como espantalho para que propostas não sejam discutidas pelos candidatos, que, segundo ela, são despreparados. Tabata disse que o que importa é o que os eleitores vão digitar nas urnas no próximo dia 6, e que isso vai impactar suas vidas nos próximos quatro anos.
Marçal abriu dizendo que “não haverá segundo turno” nestas eleições, falando sobre seu crescimento nas pesquisas de intenção de voto desde que entrou na disputa. “Os marqueteiros que estão sentados aqui nem se preocupam com os resultados, porque vão embora daqui com os milhões nos bolsos”, afirmou. Tabata argumentou que não tem “máfia digital” inflando seus resultados, e por isso depende do eleitor que está assistindo ao debate confiar o voto nela. Os dois candidatos falaram sobre a receptividade que encontram nas ruas durante agendas públicas.
Quais integrantes da equipe estão com Marina Helena no estúdio?
Marina Helena é assessorada no estúdio pelo coordenador de comunicação da campanha, Leandro Narloch, e pela assessora de imprensa, Elaine Gomes. Os dois podem conversar com a candidata durante os intervalos, o que ainda não ocorreu.
Análise: Tabata amplia aposta em apelo emocional
Ao contrário dos debates anteriores, que gastou todo o tempo com as propostas nas mais variadas áreas de uma forma mais técnica, Tabata Amaral tem buscado um apelo mais emocional no debate desta noite. Ela tem enfatizado muito a relação com as pessoas ao longo da campanha, a coragem, a fé e a energia que pode demonstrar como prefeita. A pergunta sobre um eventual apoio no segundo turno serviu muito a esse propósito de mostrar uma narrativa de mais vitalidade e menos tecnicidade.
Ricardo Corrêa