Os candidatos a prefeito de São Paulo adotaram tom mais ameno e realizaram o debate mais propositivo até aqui nesta sexta-feira, 20, depois de uma série de encontros marcados por ataques, acusações e até uma cadeirada que pouco afetaram as intenções de voto e levaram ao aumento da rejeição geral. O confronto foi promovido por SBT, Terra e Rádio Novabrasil.
Destaques
Pablo Marçal (PRTB), principal agitador nos seis encontros anteriores, foi isolado pelos adversários, diminuiu o tom de voz e tentou se apresentar como um nome moderado diante da disparada de sua rejeição nas últimas semanas.
Com mais espaço para propostas, a administração realizada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi o centro das discussões. O emedebista defendeu a gestão e ressaltou medidas realizadas em parceria com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu principal aliado.
O alerta do mediador César Filho, que abriu o encontro ameaçando interromper a transmissão do debate se houvesse falta de respeito e descumprimento das regras, surtiu efeito. Até mesmo o pedido para que os candidatos se chamassem pelo nome de campanha e não por apelidos, prática de Marçal repetida aqui e ali pelos demais, foi cumprido – a exceção foi uma ocasião já na reta final. Confira como foi o debate.
Acompanhe ao vivo
Transmissão encerrada
Fim da transmissão do debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido por SBT, Terra e Novabrasil. Obrigado pela leitura e até a próxima!
‘Apesar de provocações, tivemos debate com bom nível’, diz Boulos
O candidato do PSOL avalia que este foi o melhor debate da campanha, “apesar de provocações”. “Baixaria de debate acaba daqui a algumas semanas, o que importa é como, quem ganhar essa eleição, vai governar a cidade nos próximos quatro anos”, afirmou. Ao ser questionado sobre não ter mirado em Nunes para responder suas respostas durante o confronto, o deputado federal disse que buscou “privilegiar as pessoas que não têm trabalhado com mentiras nessas eleições”.
Tabata declarou que é ‘estranho’ que seus adversários se apresentem como ‘moderados’ e ‘amiguinhos’
Tabata disse que achou “estranho” os candidatos se apresentarem como “moderados” e “amiguinhos” no debate de hoje. “As pessoas não são bestas, elas estão acompanhando. A gente não pode votar no ‘menos pior’”, declarou. Ela pediu para que os eleitores tenham “coragem” para votar em quem consideram, de fato, o melhor postulante.
Na avaliação da deputada, o nível do encontro desta sexta foi superior ao dos eventos anteriores. “Infelizmente todo mundo aqui faz joguinho eleitoral. Se a pessoa acha que vai ganhar voto sendo agressiva, é agressiva. Se acha que vai ganhar voto sendo mansinha, é mansinha. Fica com o olhinho pequeno, aproxima o microfone. Não caiam nessa”, declarou.
Marçal diz que queria ‘desqualificar’ oponentes nos debates anteriores e comparou sua rejeição à de Cristo
Marçal destaca a campanha “começou oficialmente” e que queria “desqualificar” seus oponentes nos primeiros debates. O ex-coach ainda pediu perdão a todos aqueles que não gostaram do seu comportamento até aqui. “A partir de agora minha postura é republicana”, afirmou ele.
Em entrevista à imprensa após deixar o debate, Marçal negou que tenha adotado uma versão “paz e amor” após sua rejeição aumentar. “Eu passei no arquétipo rebelde, depois palhaço e agora de governante porque nós vamos ganhar no primeiro turno. Mostrei minha pior versão até o penúltimo debate, agora a tendência é mostrar quem eu sou, um gestor, um cara do social, de família”.
O empresário também comparou sua trajetória à de Jesus Cristo ao falar sobre sua rejeição, que cresceu 17 pontos em seis semanas no levantamento do instituto Datafolha. “Como que faz para ser muito amado sem ser muito rejeitado? Olha para Cristo. Ele foi rejeitado por todo mundo e hoje é uma das figuras mais amadas do mundo. Ou seja, a rejeição faz parte do processo onde as pessoas começam a te dar atenção. É normal. Eu fiz isso intencionalmente para chegar aqui.”
‘Ninguém arremessou cadeiras’, diz Marina Helena
“Ninguém arremessou cadeiras, apesar de não estarem soldadas, o que é ótimo”, brincou a economista em resposta aos jornalistas sobre como avalia o debate. Marina Helena disse que apresenta em suas propostas o resultado de “mais de 20 anos atuando no setor privado”.
Nunes diz que endurecimento de regras é necessário por conta de ‘criança no meio do palco’, referindo-se à Marçal
Depois do debate, Nunes avalia que encontro “melhorou bastante” em comparação aos anteriores. “A gente vê o nível que a gente chegou porque tem uma criança no meio do palco”, declarou o prefeito ao se referir ao adversário Pablo Marçal. Ele pondera que os candidatos elevaram o nível da discussão nesta sexta.
“A criança se comportou melhor”, disse o emedebista aos jornalistas depois do evento. “Ainda não está 100%, mas inegavelmente melhorou bastante” o nível do debate de hoje, repetiu Nunes. “Ele (Marçal) está tomando uma surra do eleitor que está demonstrando que ninguém quer essa baixaria aí não.”
Datena diz aos jornalistas que debate foi civilizado
Em entrevista aos jornalistas no final do debate, Datena afirmou que “mesmo sob ataque, respondeu dentro da maior ‘civilização’” possível. Ele disse ainda que há candidatos que “tentam se conter”, mas a “real personalidade aparece” – e que as questões referentes a isso devem ser resolvidas na Justiça.
Análise: Debate ‘light’ expõe dobradinhas, críticas terceirizadas, medo da rejeição e dilema de Pablo Marçal
Após encontros bélicos em ocasiões anteriores, os candidatos à Prefeitura de São Paulo fizeram um debate um pouco mais propositivo e sem que os ataques ultrapassassem os limites do razoável. Em um ambiente menos caótico, foi possível perceber mais claramente as dobradinhas firmadas por José Luiz Datena com Guilherme Boulos e Tabata Amaral e, sobretudo, entre Marina Helena e Pablo Marçal. Os ataques mais ferozes foram terceirizados a ela, enquanto o ex-coach adotou uma postura bem mais comedida. Essa estratégia, porém, expôs o dilema que enfrenta o candidato do PRTB: quando ataca sem controle, sua rejeição sobe. Quando modera, desaparece em meio aos demais nomes.
Veja a íntegra da análise de Ricardo Corrêa sobre o debate no SBT.
Fim do debate
Está encerrado o debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo nesta sexta-feira. O encontro promovido foi por SBT, Terra e Novabrasil. Os postulantes ao cargo agora concedem entrevista aos jornalistas na saída do estúdio.
Considerações finais de Nunes
O prefeito afirmou que ele se preparou para o cargo que ocupa hoje, e que por isso a cidade está “pujante”, pedindo o voto do eleitor para que a cidade “continue segura”.