Mais de 30 milhões de eleitores de 51 municípios do Brasil foram às urnas neste domingo, 27, para escolher quem ocupará o cargo de prefeito e vice-prefeito de suas cidades entre 2025 e 2028. O segundo turno foi realizado em localidades com mais de 200 mil eleitores onde o candidato vencedor não teve mais da metade dos votos no último dia 6 de outubro.
Destaques
Dos 51 municípios, 15 são capitais, como Fortaleza, Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo; o Estado de São Paulo teve o maior número de cidades com votação neste segundo turno, com 18 municípios.
Na capital paulista, Ricardo Nunes (MDB) superou Guilherme Boulos (PSOL) e se reelegeu. Em Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) também foi reconduzido ao cargo, batendo o bolsonarista Bruno Engler (PL). Em Fortaleza, na eleição mais acirrada do segundo turno, Evandro Leitão (PT) superou André Fernandes (PL). Em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo (MDB) também foi reeleito, superando Maria do Rosário (PT). Em Cuiabá, o bolsonarista Abílio Brunini ganhou do petista Lúdio Cabral. E, em Goiânia, Sandro Mabel (União), candidato do governador Ronaldo Caiado, bateu Fred Rodrigues (PL),, o nome apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Acompanhe ao vivo
Estadão encerra transmissão ao vivo
O Estadão encerra aqui sua transmissão ao vivo do segundo turno das eleições 2024. Obrigado a todos os leitores que nos acompanharam neste domingo, 27 de outubro.
Cármen Lúcia promete resposta rápida a ação de Boulos contra Tarcísio
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou que a Justiça Eleitoral dará resposta rápida à ação judicial proposta neste domingo, 27, pela equipe do deputado Guilherme Boulos (PSOL). Derrotado na disputa pela prefeitura de São Paulo, Boulos reclamou do fato de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmar, durante a votação, que um relatório da inteligência do governo havia interceptado mensagens do Primeiro Comando da Capital (PCC) orientando voto no deputado. Leia mais aqui.
Nunes viaja a Aparecida para celebrar vitória
O prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB) viaja para Aparecida, a 180 quilômetros da capital paulista, nesta segunda-feira, 28, por volta das 10h, para agradecer pela vitória nas eleições municipais. A informação foi confirmada ao Estadão pela esposa do emedebista, Regina Carnovale.
O emedebista recebeu 3.393.110 de votos, o que corresponde a 59,35% dos votos válidos, e venceu Guilherme Boulos (PSOL), que obteve 2.323.901 votos, 40,65% dos votos válidos.
Candidatos a prefeito apoiados por governadores vencem em 70% das disputas do 2º turno
As disputas de 2º turno nas eleições municipais, realizadas neste domingo, 27, representaram em sua maioria vitórias dos governadores. Correligionários ou nomes apoiados pelos chefes dos Executivos estaduais venceram em 35, ou 70%, das 50 cidades onde o respectivo governador havia declarado preferência por um candidato.
Entre as 15 capitais que voltaram às urnas, a proporção de vitórias dos governadores foi um pouco menor: foram 9 vitórias de aliados, ou 60% das capitais. É o caso de São Paulo, onde Ricardo Nunes (MDB) conseguiu se eleger com o apoio de Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Belém, onde Igor Normando (MDB), aliado do governador paraense Helder Barbalho (MDB), também triunfou. Leia mais aqui.
Abstenções em SP batem recorde, em 31,54%
As abstenções bateram recorde no segundo turno da eleição para a prefeitura de São Paulo em 2024. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 31,54%, ou seja, 2.940.360 eleitores não depositaram seu voto em Ricardo Nunes (MDB) ou em Guilherme Boulos (PSOL). O total de votos em branco e nulos somou 10,42% do total de votos (234.193 em branco e 430.539 nulos).
Ricardo Nunes foi declarado vencedor com 59,35% dos votos válidos, vencendo Guilherme Boulos (PSOL), que alcançou 40,65% dos votos.
O número de abstenções do pleito deste domingo, 27, é superior à eleição de 2020, que ocorreu em meio a pandemia de covid-19, em que o TSE apontou 30,81% de ausentes. Naquela eleição, Guilherme Boulos foi derrotado por Bruno Covas (PSDB), que tinha o atual prefeito eleito, Ricardo Nunes, como vice. Em 2020, ao enfrentar Covas, Boulos registrou 40,62% dos votos, contra 59,38% do tucano.
Lucas Keske
Leia cartas atribuídas ao PCC pedindo votos a Boulos; acusação é mentirosa, diz psolista
O governo de São Paulo encaminhará ao Ministério Público supostas cartas atribuídas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) com orientações (“salve”) para familiares votarem em Guilherme Boulos (PSOL).
O tema se tornou um dos mais debatidos ao longo do dia depois de o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmar que a inteligência do governo havia interceptado as mensagens. O psolista afirmou que a acusação era mentirosa e foi à Justiça contra Tarcísio.
Em uma das cartas, obtidas pelo Estadão, há citação de que a facção não faz acordo com partido político, mas “se possível pedirem para seus familiares se podem apoiar votando na Marta (Suplicy) e no Boulos do PT”. O bilhete é finalizado com “agradecemos a atenção de todos”. Leia mais aqui.
Diogo Schelp: Estilo personalista impede Bolsonaro de capitalizar totalmente vitórias municipais
“À primeira vista, o bom desempenho da direita na eleições municipais deste ano, confirmado pelos resultados do segundo turno, deveriam fortalecer o capital político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas há um elemento que o impede de aproveitar todo o potencial dessas vitórias: o fato de ter tratado essas eleições como um trampolim para o seu projeto de retornar à presidência em 2027, confiante em uma duvidosa anistia via Congresso, a ponto de sabotar candidatos apoiados por lideranças de direita que podem ocupar o seu lugar nas próximas eleições.
Talvez Bolsonaro não tenha, mesmo, outra saída. Como todo líder personalista, sua sobrevivência política depende de ser visto como única alternativa de um movimento político.”
Boulos repete votação da eleição passada, mesmo com apoio de Lula e R$ 81 milhões do fundo eleitoral
Quatro anos após sua estreia na disputa pela Prefeitura de São Paulo, o candidato Guilherme Boulos (PSOL) praticamente repetiu a mesma votação da eleição anterior. O ex-líder dos sem-teto obteve 40,65% dos votos válidos, sendo derrotado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), que conquistou 59,35%. Em 2020, ao enfrentar Bruno Covas (PSDB), Boulos registrou 40,62% dos votos, contra 59,38% do tucano.
Se em 2020 a derrota de Boulos foi vista como uma vitória política o cenário em 2024 é diferente. Com o apoio do PT e do presidente Lula, Boulos se consolidou como a principal aposta da esquerda na disputa na capital paulista. Enquanto quatro anos atrás sua campanha teve um orçamento de R$ 7,6 milhões; desta vez, esse valor saltou para R$ 81,2 milhões, com mais da metade do montante proveniente do PT. Leia mais aqui.
Zeca Ferreira
Beto Piteri, do Republicanos, é eleito prefeito de Barueri (SP)
Beto Piteri, do Republicanos, foi matematicamente eleito, neste domingo (27), prefeito de Barueri (SP) no segundo turno das eleições municipais de 2024. Com 94,36% das urnas apuradas, ele recebeu 99.068 votos, o que representa 56,63% dos votos válidos.
Gil Arantes, do União, obteve 75.879, o que corresponde a 43,37% dos votos válidos. A diferença entre os candidatos foi de 23.189 votos - ou 23,41%.
Boulos: “Nessa campanha a gente recuperou a dignidade da esquerda brasileira”
O candidato derrotado Guilherme Boulos (PSOL) discursou após a divulgação dos resultados das urnas e afirmou que sua campanha “recuperou a dignidade da esquerda brasileira” e que o presidente Lula é uma “inspiração”. O psolista iniciou afirmando que não iria comentar sobre as “mentiras e ataques que definiram essa eleição” nem do “crime cometido pelo governador de São Paulo”.
“Disso a Justiça cuida. Eu não vou fazer aqui um discurso de perdedor, porque a gente perdeu uma eleição, mas nessa campanha a gente recuperou a dignidade da esquerda brasileira”, afirmou Boulos.
Boulos também fez um agradecimento especial a sua esposa e suas filhas que “aguentaram junto comigo o peso de investidas e ataques”. “Talvez muitos de vocês não saibam o que é ver uma filha sua chorando por ataques mentirosos”, disse.
O psolista dirigiu seus agradecimentos ainda ao presidente Lula, a quem chamou de “a maior liderança da história desse País”. “Eu quero te dizer presidente que você é uma inspiração que aqui você sempre terá um companheiro leal por toda a vida”, afirmou Boulos.
O deputado federal agradeceu a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), a quem chamou de “companheira leal” que teve a “generosidade” se compor a chapa com ele e também deixou seus agradecimentos aos partidos que fizeram parte de sua coligação e aos candidatos que perderam no primeiro turno da disputa, Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB), e declararam voto no psolista.