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Apenas seis capitais têm nota ‘ótima’ ou ‘boa’ em transparência, diz ONG

Levantamento da Transparência Internacional revela que prefeituras do País não publicam de maneira adequada dados sobre emendas parlamentares, salários de servidores e contratações emergenciais

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Foto do author Tácio Lorran
Atualização:

BRASÍLIA - Apenas seis capitais brasileiras apresentaram avaliação “boa” ou “ótima” no mais recente Índice de Transparência e Governança Pública (ITGP), publicado nesta terça-feira, 16, pela Transparência Internacional (TI).

Por outro lado, a maioria das capitais não apresenta dados suficientes sobre emendas parlamentares, contratações emergenciais, divulgação de agendas de prefeitos, salários de servidores municipais e incentivos fiscais. Seis tiveram uma avaliação “ruim” e outras 13, “regular”.

Deputado direcionou R$ 8 milhões em emenda Pix para construção de pronto atendimento em 2021 na cidade de Carapicuíba, mas obra só começou em 2023 Foto: Zeca Ferreira/Estadão

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A atual edição avalia dimensões de governança, legislação, participação social e comunicação, plataformas, transparência administrativa e orçamentária e obras públicas nas prefeituras. O indíce vai de 0 a 100.

Somente Vitória, no Espírito Santo, alcançou um resultado considerado “ótimo”, com 99 pontos. Em seguida, Recife, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e João Pessoas tiveram uma avaliação de nível “bom” ao marcarem entre 71 e 80 pontos.

Na parte de baixo da tabela, Macapá, Teresina, Belém, Boa Vista, Rio Branco e Natal tiveram os piores resultados do País. Essas capitais não chegaram a 40 pontos.

O índice não trouxe dados do Distrito Federal, por não se tratar de uma prefeitura, e de Porto Alegre, em razão da chuva que atingiu o Rio Grande do Sul neste ano, deixando 171 mortos.

A avaliação negativa é puxada por falta de dados sobre obras e emendas, segundo a Transparência Internacional, o que preocupa em especial por ser ano eleitoral.

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“A falta de transparência nesses setores pode permitir a manipulação de informações, desvio de verbas e favorecimento de projetos que beneficiam candidatos específicos, distorcendo a resposta da população nas urnas e podendo comprometer a integridade do processo eleitoral”, assinalou a organização, em nota.

O índice mostra que apenas duas capitais publicam dados completos sobre as chamadas Emendas Pix, modalidade de emenda parlamentar criada em 2019 que permite a transferência de dinheiro público sem a apresentação de projeto e que tem pouca fiscalização.

Além disso, apenas quatro capitais publicam informações completas sobre as emendas dos vereadores ao orçamento municipal.

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