RIO - Em seu segundo dia como governador em exercício, o vice-governador do Rio, Cláudio Castro (PSC), deu expediente nesta sábado, 29, no Palácio Guanabara, sede administrativa do governo estadual, que fica em Laranjeiras, zona sul da capital fluminense. Castro, que estava em Brasília na sexta-feira, 28, quando foi comunicado da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de afastar do cargo o governador Wilson Witzel (PSC), investigado por suspeitas de integrar um esquema de corrupção, se reuniu com o secretário de Estado de Saúde, Alex Bousquet.
O caso que levou ao afastamento de Witzel envolve justamente gastos com saúde. As investigações incluem o depoimento, em delação premiada, do ex-secretário de Estado de Saúde Edmar Santos, também acusado de participar do esquema. Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), o esquema poderia arrecadar R$ 400 milhões a Witzel ao longo de todo o mandato.
O governador afastado negou as acusações, chamou a delação do ex-secretário de “mentirosa” e se disse vítima de perseguição política.
Castro, que também é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) e foi alvo de mandados de busca e apreensão na sexta-feira, 28, já se preparava para a eventualidade de assumir o cargo, uma vez que Witzel também enfrenta um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
A primeira reunião de Castro como governador em exercício, na tarde de sexta-feira, 28, foi com a cúpula da segurança pública. Foi decidido que não haverá mudanças na área.
Na segunda-feira, 31, está prevista uma reunião de Castro com todo o secretariado.
Em nota sobre a reunião com o secretário de Saúde, o governador em exercício disse que "não podemos deixar que nada tire nosso foco da pandemia". "Saúde é prioridade, por isso, o acompanhamento sistemático para manter nossas ações na capital e no interior. Vamos unir nossos esforços com outras esferas de poder e trabalhar com diálogo e parceria, além de reforçar os instrumentos de controle e transparência", continua a nota divulgada pela assessoria de imprensa do governo.
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