Após apoiar Marçal e ‘trair’ prefeito, Rubinho Nunes perde respaldo para presidir Câmara de SP

Vereador reeleito pelo União Brasil era o favorito para assumir presidência da Casa. Por ‘exclusão’ de novatos eleitos, parlamentares avaliam que Ricardo Teixeira deve ser o indicado de Milton Leite; leia bastidores

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Foto do author Pedro Lima

Antes cotado para a presidência da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador Rubinho Nunes (União) passou para o baixo clero da Casa após trair o prefeito eleito Ricardo Nunes (MDB) e dar apoio a Pablo Marçal (PRTB) durante a disputa para a Prefeitura da capital paulista. Integrantes do Legislativo avaliam nos bastidores que a postura do parlamentar tirou qualquer chance de aprovação entre seus pares.

Em entrevista ao Estadão, o prefeito reeleito vetou o nome do vereador para presidir a Casa, afirmando que o cargo exige uma pessoa com “caráter”. “Não será o Rubinho Nunes”, enfatizou. Ainda assim, o parlamentar do União disse ter respeito pelo chefe do Executivo municipal e sinalizou que pretende tentar uma reconciliação com o emedebista.

Rubinho Nunes (União) ao lado de Pablo Marçal (PRTB) Foto: Reprodução/Instagram: @rubinhonunes.sp

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“Eu tenho respeito pelo prefeito. Entendo que suas falas sejam colocadas em um momento conturbado. Ele deve estar pautado em informações que não correspondem à realidade e, em razão disso, tem feito algumas manifestações — (com) as quais eu não concordo. Todavia, espero oportunamente conversar com ele a respeito”, disse o vereador ao Estadão.

Apesar da ruptura, o parlamentar do União não se arrepende de ter apoiado o ex-coach: “Marçal é meu amigo, tem meu respeito e era a melhor opção para São Paulo”. A percepção entre os integrantes do Legislativo se opõe às declarações do vereador. Na avaliação deles, Rubinho Nunes não precisava se vincular ao ex-coach para alcançar os votos pleiteados. Em 2020, o vereador alcançou a marca de 33.038 votos; neste ano, se reelegeu com 101.549.

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Para uma ala dos vereadores, o filiado ao União colocou todas suas fichas na vitória de Marçal e, com a derrota do influenciador nas urnas, acabou perdendo a presidência da Câmara Municipal, bem como sua capacidade de circular entre os pares. “O nome do Rubinho não passa mais”, pondera um deles, sob anonimato.

A participação do União Brasil na coligação de Ricardo Nunes foi condicionada à presidência da Câmara Municipal, hoje comandada por Milton Leite (União). O líder da Casa pleiteava a candidatura a vice-prefeito na chapa de Nunes, mas foi escanteado após a indicação do coronel Ricardo Mello Araújo (PL) pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Diante dos acenos do União, presidido por Antônio Rueda, a Pablo Marçal, a coligação do prefeito firmou um acordo com Leite para apoiar o nome assinalado por ele para o comando da Câmara.

Rubinho Nunes foi o primeiro nome a ser ventilado pelo atual presidente da Casa. O vereador, considerado um bom articulador por integrantes da Casa, era orientado por seus pares a adotar um tom mais “moderado” para evitar atritos internos. No entanto, o parlamentar contrariou a posição de seu partido ao apostar na vitória de Marçal. Com a desmobilização em torno de seu nome, outros vereadores passaram a pleitear o cargo — mesmo diante do acordo.

Nos bastidores, parlamentares como o líder do MDB na Câmara, Fábio Riva, João Jorge (MDB), a liderança do PL na Casa, Isac Félix, e André Santos (Republicanos) foram cotados para a presidência. Apesar do interesse, Milton Leite enfatizou o acordo prévio feito entre as legendas para que o nome seja indicado pelo União. “Eu acho que não estou vendo mais ambiente para alguém se lançar, mas não posso impedir alguém de se lançar. O que eu posso garantir é que nós temos um acordo entre os partidos. Consolidado isso, se algum nome se fizer, estará descumprindo”, declarou.

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Entre os nomes do União, foram eleitos Silvão Leite, Silvinho, Amanda Vettorazzo, Adrilles Jorge, Pastora Sandra Alves, além de Rubinho e Ricardo Teixeira, que não estão em seu mandato inicial na Câmara. Na avaliação de integrantes do parlamento, a inexperiência dos vereadores eleitos pela primeira vez, somada à “facada nas costas de Nunes” por parte de Rubinho, deixa somente Ricardo Teixeira como opção para Milton Leite.

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