Bem antes de se reunir com o ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta sexta-feira, 22, para acalmar o mercado e garantir que não fará qualquer aventura em nome do novo Auxílio Brasil, de R$ 400, o presidente Jair Bolsonaro participou de solenidade alusiva ao Dia do Aviador e da Força Aérea Brasileira e, enquanto a Bolsa desabava e o dólar subia, condecorou várias autoridades. Na lista dos agraciados com a medalha da Ordem do Mérito Aeronáutico, na Base Aérea de Brasília, estava seu filho “01”, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), e muitos aliados do Palácio do Planalto.
Um dia após a debandada na equipe econômica, Bolsonaro cumpriu à risca o que estava programado em sua agenda. Chegou à cerimônia militar usando máscara de proteção contra a covid-19, uma atitude incomum, mas logo a abandonou. Sorridente, posou para fotos sem máscara com vários dos homenageados. O primogênito Flávio, que o defendeu com unhas e dentes no plenário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid e xingou de “vagabundo” o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), ganhou um abraço apertado na hora da condecoração.
Ao lado do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, Bolsonaro também entregou medalhas para embaixadores e para os ministros Anderson Torres (Justiça e Segurança Pública), Milton Ribeiro (Educação) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União). No rol dos homenageados que integram a tropa de choque do governo no Congresso estavam, ainda, os deputados federais Hélio Lopes (PSL-SP) e Carla Zambelli (PSL-SP).
O senador Alvaro Dias (Podemos-PR), que não faz parte da base governista, também foi agraciado. O Podemos é o partido que articula a candidatura do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro à sucessão de Bolsonaro, em 2022. Ex-juiz da Lava Jato, Moro rompeu com o presidente, que está em campanha pela reeleição, e deve se filiar em breve ao Podemos. Mas ainda não decidiu se vai concorrer à Presidência ou ao Senado.
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