BRASÍLIA - Depois de cinco horas de tensão, trocas de insultos e esbarrões, o plenário do Senado suspendeu na noite desta sexta-feira, 1, a eleição para o comando da Casa, que está prevista para recomeçar às 11 horas deste sábado. Foi uma vitória parcial do senador e candidato Davi Alcolumbre (DEM-AP), que, na presidência da sessão e apoiado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, conseguiu tornar a votação aberta, contrariando o grupo do veterano senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Veja imagens da eleição para presidente do Senado
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Veja imagens da eleição para presidente do Senado
Em discurso enérgico, Renan Calheiros (MDB-AL) surpreende plenário e decide retirar sua candidatura à presidência do Senado Foto: Dida Sampaio/Estadão
Veja imagens da eleição para presidente do Senado
Após críticas por não ter aberto seu voto na primeira oportunidade, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) recua erevela voto para Davi Alcolumbre (DEM-AP) Foto: Dida Sampaio/Estadão
Veja imagens da eleição para presidente do Senado
Após a decisão de anular a votação pela contagem de um voto a mais, cédulas são trituradas Foto: Dida Sampaio/Estadão
Eleição para presidente do Senado
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) realiza seu voto durante a sessão deste sábado no Senado Foto: Dida Sampaio/Estadão
Eleição para presidente do Senado
Principal concorrente de Alcolumbre, Renan Calheiros (MDB-AL) troca farpas com seu rival no discurso Foto: Dida Sampaio/Estadão
Eleição para presidente do Senado
Davi Alcolumbre (DEM-AP) defende sua candidatura em pronunciamento antes da votação Foto: Dida Sampaio/Estadão
Eleição para presidente do Senado
Fernando Collor (PROS-AL) foi o primeiro candidato a se pronunciar neste sábado, em que deve ser definido o presidente do Senado Foto: Dida Sampaio/Estadão
Eleição para presidente do Senado
Senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) fala sobre a questão do voto aberto ou fechado na eleição Foto: Dida Sampaio/Estadão
Eleição para presidente do Senado
Simone Tebet (MDB-MS) lê o documento que anulou a sessão desta sexta-feira (1), processado pelo ministro do STF, Dias Toffoli Foto: Dida Sampaio/Estadão
Eleição para presidente do Senado
Após a anulação da sessãodesta sexta-feira,senadores voltam a se reunir neste sábado para definir o presidente da Casa Foto: Dida Sampaio/Estadão
Posse no Senado
Senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem embate com Tasso Jereissati (PSDB-CE) durante sessão para eleição do presidente da Casa. Os senador Cid Gomes (PD... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Posse no Senado
Senador Renan Calheiros (MDB-AL) tem embate com Tasso Jereissati (PSDB-CE) durante sessão para eleição do presidente da Casa. Os senador Cid Gomes (PD... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Posse no Senado
A senador Kátia Abreu (PDT-GO) subiu à mesa diretora e tomou do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) a pasta com o regimento da sessão para tentar impedi-... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Posse no Senado
Kátia Abreu (PDT-GO) e Renan Calheiros (MDB-AL) sobem à mesa-diretora do Senado e afirmam que Davi Alcolumbre (DEM-AP) não pode presidir a sessão por ... Foto: Dida Sampaio/EstadãoMais
Posse no Senado
Renan Calheiros e Davi Alcolumbre, ambos pré-candidatos à Presidência do Senado, discutem durante a sessão. Foto: Dida Sampaio/Estadão
Posse no Senado
Do lado de fora do Congresso, manifestantes protestam contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL). Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
Posse no Senado
Protesto contra Renan Calheiros do lado de fora do Congresso. Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
Posse no Senado
O senador Romário (Podemos-RJ). Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
Posse no Senado
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) cumprimenta o senador Flavio Bolsonaro (PSL RJ). Foto: Dida Sampaio/Estadão
Posse no Senado
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) cumprimenta o senador Flavio Bolsonaro (PSL RJ). Foto: Dida Sampaio/Estadão
Posse no Senado
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) articula para voltar à presidência do Senado. Foto: Dida Sampaio/Estadão
Posse no Senado
Os senadoresPaulo Rocha (PT-PA) e José Reguffe (DF). Foto: Dida Sampaio/Estadão
Os senadores Simone Tebet (MDB-MS) e Davi Alcolumbre (DEM-AP). Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
Posse no Senado
Senadores Randolfe Rodrigues (REDE-AP) e Major Olimpio (PSL-SP) discutem durante a sessão. Foto: Dida Sampaio/Estadão
Posse no Senado
Cerimônia de posse dos 54 senadores eleitos para a nova legislatura. Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
Posse no Senado
Ciro Gomes (PDT) participa da posse no Senado junto ao irmão, senador Cid Gomes (PDT-CE). Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
Posse no Senado
O jornalista Jorge Kajuru (PSB-GO) assume vaga no Senado. Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
Posse no Senado
Major Olímpio (PSL-SP) e Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) conversam durante a sessão de abertura da legislatura. Foto: Dida Sampaio/Estadão
Posse no Senado
Os senadores Major Olimpio (PSL-SP) e Renan Calheiros (MDB-AL). Foto: Dida Sampaio/Estadão
Posse no Senado
O governador paulista, João Doria (PSDB), e Gilberto Kassab (PSD) participam da posse no Senado. À frente, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). Foto: Ernesto Rodrigues/Estadão
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Alcolumbre, no mandato há quatro anos, conseguiu a proeza de garantir 50 votos dos senadores para que a eleição deixasse de ser sigilosa. Foram apenas dois contra. O grupo de Renan, senador há 24 anos, combinou de não participar da votação para não legitimá-la. Com a vitória dos governistas pela votação aberta, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO), aliada de Renan, surpreendeu os colegas ao tomar uma pasta de procedimentos de votação que estava na mesa e trocar pequenos esbarrões com Alcolumbre.
O senador Major Olímpio (PSL-SP) sugeriu que a Polícia Legislativa fosse convocada para recuperar os documentos. O petista Paulo Rocha (PA) saiu em defesa do emedebista ao acusar o senador do DEM de “usurpar” o poder.
Depois de tentar emplacar a imagem de um “novo” Renan para se contrapor ao desgaste de 14 inquéritos no Supremo Tribunal Federal, o senador alagoano disse que era o “cavalo do cão”, referência a um tipo de vespa cuja picada é considerada uma das mais doloridas entre insetos. Ele apelou ainda para a memória de Tancredo Neves ao lembrar do episódio em que o então deputado chamou de “canalha” o colega Auro de Moura Andrade por ter declarado vaga a Presidência da República a 2 de abril de 1964, tirando João Goulart do poder. “Canalha! Canalha!”, disse Renan, em direção à mesa do Senado, presidida por Alcolumbre.
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Ele acusou Alcolumbre de “espancar” o Senado e “rasgar” a Constituição em parceria com Onyx, que promoveu, no início de forma solitária dentro do governo, a candidatura do senador do Amapá. “Não sou Jean Wyllys para desistir do mandato”, gritou Renan. Em outro momento, Renan disse que Alcolumbre “sangrava” o Senado. O adversário respondeu que “imaginava” a “autoridade” de Renan de acusá-lo de denegrir a imagem da Casa.
Alcolumbre é ligado ao ministro da Casa Civil, seu colega de partido, e a mulher de Onyx, Denise, está empregada no gabinete do senador. Onyx se licenciou do ministério e passou o dia no Congresso.
Sentado. Para garantir a votação aberta, Alcolumbre ocupou a cadeira da presidência do Senado desde a abertura dos trabalhos, às 15 horas, até o suspensão da sessão. Ficou mais de sete horas sentado na cadeira. “Vossa Excelência deve estar usando fraldão geriátrico”, ironizou o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), num dos poucos momentos de descontração.
O grupo de Renan questionou a presidência de Alcolumbre, que, por ser candidato, não poderia comandar a votação. Por sua vez, o grupo de Alcolumbre só aceitava passar a presidência da sessão para o senador José Maranhão (MDB-MA), mais velho da Casa, se ficasse garantido que seria respeitada a decisão de eleição aberta. Não houve acordo para o fim do impasse. “Não posso fazer milagre”, disse Maranhão, sem deixar claro se respeitaria a votação em aberto.
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O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) discutiu com Renan a ponto de serem apartados pelos colegaspara não chegar às vias de fato. Renan, porém, negou que fosse agredir o tucano. Na discussão, Tasso gritou que “Renan irá para a cadeia”.
Após o encerramento da sessão, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, disse que Alcolumbre tinha autoridade e a votação em aberto deveria ser mantida. Ele negou interferência do Planalto.