WASHINGTON - A dois dias de se encontrar com o presidente eleito, Jair Bolsonaro, o assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse nesta terça-feira, 27, que vê uma “oportunidade histórica” para os dois países trabalharem juntos em áreas como economia e segurança. Na quinta-feira, Bolton virá ao Brasil para a reunião com o presidente eleito.
Segundo ele, a visita é um resultado da ligação do presidente Donald Trump a Bolsonaro no dia da eleição em uma conversa “excepcional” que permitiu que os dois "desenvolvessem uma relação pessoal, mesmo que remotamente". Bolton disse ainda que Trump foi o primeiro líder estrangeiro a ligar para Bolsonaro para parabenizá-lo pela eleição.
“Achamos que seria útil para os Estados Unidos ouvir do presidente eleito as suas prioridades, o que ele pretende no relacionamento. Na perspectiva dos EUA, vemos essa como uma oportunidade histórica para o Brasil e para os Estados Unidos de trabalhar juntos em várias áreas como economia, segurança, e outras”, afirmou Bolton a jornalistas nesta terça-feira. Ele considerou ainda que a viagem é uma forma de “preparar o terreno” para o relacionamento entre Trump e Bolsonaro depois que o presidente eleito do Brasil tomar posse. O núcleo próximo de Bolsonaro pretente tratar com Bolton sobre a possibilidade de Trump ir à posse no Brasil. Em visita a Washington nesta semana, o filho do presidente eleito deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) disse não ter tratado deste assunto nos encontros com integrantes do governo americano. Segundo ele, o assunto vai ser discutido com Bolton no Brasil.
A ida de Bolton ao Brasil é mais um dos passos de aproximação entre os governos Bolsonaro e Trump, intensificado nos últimos dias durante uma agenda intensa de Eduardo Bolsonaro em visitas no governo dos EUA. Em Washington, o deputado se reuniu com representantes do Departamento de Estado, do Conselho de Segurança Nacional, da vice-presidência dos EUA, do Departamento de Comércio e com o conselheiro e genro de Trump, Jared Kushner. Ele também se reuniu com o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, e com o senador democrata Bob Menendez, do Comitê de Relações Exteriores do Senado americano.
O estreitamento entre o time de Bolsonaro com o grupo de Trump vem acontecendo desde a eleição, com otimismo por parte dos americanos sobre a relação com o novo governo brasileiro. A visão de integrantes da Casa Branca é de que novo presidente do Brasil se alinha aos interesses americanos e ao perfil de Trump, com potencial para ser um aliado dos EUA no endurecimento de políticas contra o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Em discurso em Miami no início do mês, Bolton disse que Bolsonaro seria um “aliado” contra países com regimes de esquerda na América Latina. “As recentes eleições de líderes similares em países-chave, incluindo Iván Duque na Colômbia, e no último fim de semana Jair Bolsonaro no Brasil, são sinais positivos para o futuro da região e demonstram um crescente compromisso regional com os princípios do mercado livre, aberto e transparente e governança responsável”, disse Bolton. No mesmo discurso, o assessor de Segurança Nacional chamou Cuba, Venezuela e Nicarágua de “troica da tirania”.
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