BRASÍLIA - Depois de causar desconforto e receber críticas praticamente unânimes por faltar à transmissão de cargo ao sucessor, almirante Marcos Sampaio Olsen, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos apareceu de surpresa, e em trajes civis, para o almoço que sucedeu a cerimônia de posse.
Depois de discursos, da fila de cumprimentos e do coquetel da posse, no Clube Naval de Brasília, Olsen recebeu em sua residência, para o almoço, todos os integrantes do Alto Comando da Marinha, formado pelos almirantes-de-esquadra, ou quatro estrelas, da ativa. Foi a esse almoço que Garnier compareceu.
A presença dele, porém, não compensou a ausência na transmissão de cargo para Olsen, que foi num clima festivo, democrático, com um contundente agradecimento de Olsen ao presidente Luiz Inácio da Silva, mas com muitas críticas de oficiais e civis contra o comportamento do comandante que deixa o cargo.
Pelos salões, oficiais das três Forças e convidados comentavam que comandantes representam a Força, não um presidente, ou seja, a Marinha, não Jair Bolsonaro ou Lula, e que a Marinha é uma instituição de Estado, não de um governo. Logo, houve praticamente unanimidade em condenar a atitude de Garnier, considerado o mais bolsonarista dos comandantes do governo anterior.
No almoço na casa do novo comandante Olsen, também estavam o ministro da Defesa, José Múcio, os ex-ministros Raul Jungmann e Fernando Azevedo e Silva, que é general de Exército da reserva, além de ex-comandantes da Marinha, os almirantes Moura Neto, Leal Ferreira e Ilques Barbosa.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.