Autor de atentado em Brasília montou armadilha com bomba para tentar matar policiais, diz PF

Na casa onde Francisco Wanderley Luiz vivia há três meses, na Ceilândia, havia mais explosivos; gaveta explodiu quando um robô antibombas da polícia abriu o compartimento

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Foto do author Guilherme Caetano
Foto do author Vinícius Valfré
Atualização:

BRASÍLIA - O autor do ataque deixou um explosivo na gaveta do local onde estava hospedado, na Ceilândia, no entorno de Brasília. O dispositivo provocou “explosão gravíssima” quando um robô antibombas foi usado para abrir o compartimento. Para a Polícia Federal, Francisco Wanderley Luiz premeditou o ato ao montar uma armadilha para agentes que fariam a perícia no imóvel.

Movimentação policial em frente à casa usada pelo autor do atentado, na Ceilândia, no início da tarde desta quinta-feira, 14 Foto: Guilherme Caetano/Estadão

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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou em entrevista nesta quinta-feira, 15, haver indícios de que a armadilha foi deixada de forma proposital.

“Não é razoável pessoas cometerem atos terroristas, tentarem contra um Poder do Estado, tentarem vitimar policiais. (O autor do ataque) sabia que policiais iam a sua residência e deixou lá um artefato para matar policiais que ingressariam”, disse.

A explosão foi ouvida nos arredores, segundo vizinhos. O imóvel usado pelo autor do ataque fica em uma cidade-satélite de Brasília, a cerca de 30 quilômetros da capital federal. Francisco Luiz, o Tiü França, como era conhecido em Rio do Sul (SC), morava no local há pouco mais de três meses.

Mensagem endereçada a Debora Rodrigues foi encontrada em espelho da casa que homem alugava, na Ceilândia (DF). Foto: Guilherme Caetano/Estadão

Em um espelho da casa, o autor do atentado deixou mensagem com alusão aos atos de 8 de Janeiro. Ele mencionou Débora Rodrigues, a golpista que pichou a estátua da Justiça em 2023 e acabou condenada. Francisco escreveu que não se deveria desperdiçar “batom” com a estátua, mas dinamite.

A Polícia Militar levou mais de 12 horas para isolar o endereço. Pela manhã, jornalistas e a vizinhança circulavam livremente pelo local, uma pequena vila de quatro casas próximo à estação Ceilândia do Metrô. A acomodação de Luiz, composta de um quarto e um banheiro, estava repleto de destroços após a explosão provocada pelas forças de segurança. O ambiente exalava pólvora, e até o meio dia desta quinta-feira a PM não tinha retirado alguns rastros do crime, como uma caixa de rojões e canos PVC.

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