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Bancada do PT quase dobra, mas Alesp ainda segue mais bolsonarista; renovação é de 45%

Partido do presidente Jair Bolsonaro, PL elege 19 deputados e PT, do ex-presidente Lula, alcança 18 cadeiras; renovação na casa Legislativa paulista é de 45%

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Foto do author Natália Santos
Atualização:

Seguindo a linha das eleições para presidente e governador, a disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) também foi marcada pela polarização nacional entre apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do atual, Jair Bolsonaro (PL). O partido do presidente foi o maior vencedor quando as urnas foram abertas no domingo, 2, com 19 parlamentares eleitos. O PT, no entanto, com 18 vencedores, encostou e disputará o domínio da Casa a partir de 2023 com mais força - em 2018, a sigla elegeu apenas dez. Do total de 94 eleitos, 25 são mulheres, número recorde.

Os números altos obtidos por ambos os partidos não indicam necessariamente renovação. Dos 19 eleitos do PL, por exemplo, 14 já ocupam uma vaga na Alesp. Parte deles se elegeu em 2018 pelo PSL, então partido de Bolsonaro, e outros fizeram a mesma migração do presidente neste ano. São nomes como Major Mecca, Gil Diniz, Tenente Coimbra, Agente Federal Danilo Balas e Capitão Conte Lopes.

Assembleia Legislativa de São Paulo. Foto: Paulo Liebert/AE

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Entre os bolsonaristas mais votados estão Bruno Zambelli (PL), irmão da deputada federal Carla Zambelli (PL), que teve 235 mil votos; e Major Mecca, com 224 mil. Candidatos que surfaram na popularidade do presidente, como Valéria Bolsonaro (PL) e Delegada Graciela (PL), também entraram.

Já entre os deputados associados à esquerda, destaque para Eduardo Suplicy (PT), o mais votado da Casa, com 807 mil votos; Carlos Giannazi (PSOL), com 276 mil; e Paula da Bancada Feminista (PSOL), com 259 mil. Todos os deputados petistas conseguiram se reeleger, como Emídio de Souza, Professa Bebel, Enio Tatto, Paulo Fiorilo, Luiz Fernando e Barba.

Levando-se em conta a vitória de Leci Brandão, que é do PCdoB, partido federado com o PT, a bancada pula para 19 deputados, mesmo número dos eleitos pelo PL. A esquerda ainda elegeu cinco deputados do PSOL e uma parlamentar da Rede.

“O resultado eleitoral recoloca o PT no Estado como a principal força política. A federação elegeu 19 parlamentares e o Fernando Haddad foi para o segundo turno, com chances de vitória”, afirmou Fiorilo, que destacou ainda o fato de 25 mulheres terem obtido uma vaga, número recorde.

Na ala bolsonarista, foram eleitos ao menos mais 13 candidatos de partidos aliados: dois do PSC, três do PP e oito do Republicanos. União Brasil, sem ‘lado definido’ na polarização conseguiu oito cadeiras.

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Assim como em 2018, a terceira maior bancada da Casa é do PSDB, que elegeu nove deputados estaduais - um a mais que na última eleição. A quarta posição é do União Brasil e do Republicanos, ambos com 8 representantes. A eleição paulista para a Alesp contou com mais de 21 milhões de votos. O partido que mais recebeu votos em relação ao todo foi o PL, com 17,40% dos válidos, seguido pelo PT, com 15,12%, e pelo PSDB, com 8,71%.

Renovação

Para os próximos anos, a Alesp verá uma diminuição no número de partidos na Casa: a representação partidária cairá de 24 siglas, em 2018, para 18, a partir do ano que vem. Por outro lado, 45% dos eleitos são novatos, ao menos na Casa. O parlamentar que obteve mais votos é o ex-senador e atual vereador pela capital Eduardo Suplicy (PT), que alcançou 807 mil votos, mas é bastante conhecido da população..

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