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A pedido da PF, Moraes quebra sigilo bancário e fiscal de Bolsonaro e Michelle no caso das joias

Ministro acolhe representação dos investigadores da Operação Lucas 12:2 que apontaram indícios de que o ex-presidente e seus aliados ‘atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo para posteriormente serem vendidos no exterior’

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Por Redação
O ex-presidente da República Jair Bolsonaro com a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro. Foto: WILTON JUNIOR / ESTADAO

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acolheu pedido da Polícia Federal e autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no bojo da investigação sobre o suposto esquema de venda de joias presenteados ao ex-chefe do Executivo em razão de seu cargo.

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A informação foi divulgada pela GloboNews. A medida foi decretada no bojo do inquérito da Operação Lucas 12:2, que fez buscas contra aliados de primeira hora do ex-presidente: o general Mauro César Lourena Cid - pai de Mauro Cid -, o criminalista Frederick Wassef, advogado do ex-presidente, e o tenente Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens do de Bolsonaro.

Ao requerer a abertura de uma primeira fase ostensiva da investigação, a Polícia Federal apontou indícios de que o ex-presidente, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros dois assessores do ex-chefe de Bolsonaro ‘atuaram para desviar presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-Presidente para posteriormente serem vendidos no exterior’.

Em um trecho da representação, a PF cita uma mensagem em que, na avaliação dos investigadores, Mauro Cid ‘deixa evidenciado o receio de utilizar o sistema bancário para repassar o dinheiro ao ex-presidente e então sugere entregar os recursos em espécie, por meio de seu pai’.

“Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que, que era melhor fazer com esse dinheiro levar em ‘cash’ aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente (...) E aí ele poderia levar. Entregaria em mãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentação em conta, melhor ne? (...)’”, afirmou Cid em texto enviado a um outro assessor do ex-presidente em janeiro de 2023.

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A medida vem a público em um dia sensível para Bolsonaro. O ex-chefe do Executivo foi implicado diretamente pelo hacker Walter Delgatti Neto, que depôs na manhã desta quinta, 17, à CPMI dos atos de 8 de janeiro.

‘Vermelho’ pôs o ex-presidente no centro de uma trama para invadir as urnas eletrônicas, indicando que Bolsonaro teria até lhe oferecido indulto para que hackeasse as urnas. Ainda de acordo com o depoimento, Bolsonaro teria dito a Delgatti que teria um grampo do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, e que precisava que ‘Vermelho’ assumisse a autoria do crime.

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