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Academia é condenada a pagar R$ 15 mil de indenização por impedir manobrista de treinar no local

Justiça do Trabalho considerou que houve discriminação e condenou empresa ao pagamento de danos morais ao ex-funcionário; Academia 24 Horas diz que processo envolve gestão anterior e que vai recorrer

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Foto do author Rayssa Motta

Uma academia localizada no Cambuí, bairro de Campinas (SP), foi condenada a pagar R$ 15 mil de indenização por danos morais a um ex-manobrista que era impedido de treinar na unidade. Como a decisão foi tomada na primeira instância, cabe recurso.

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O juiz Lucas Falasqui Cordeiro, substituto da 2.ª Vara do Trabalho de Campinas, considerou que houve discriminação. Segundo o processo, professores da academia eram autorizados a treinar no local, mas manobristas e funcionários da limpeza não.

“A conduta praticada reforça o estigma social vivido pelos manobristas e faxineiros. O salário recebido pelo reclamante, combinado com as necessidades vitais básicas que o salário deve atender, demonstra que seria impossível que o reclamante pagasse e fosse aluno regular da academia”, justificou o magistrado.

SAO PAULO/SP - 08/12/2023 - ECONOMIA - IMOVEIS LUXO / INTERIOR SP / PORTO FELIZ - EXCLUSIVO / EMBARGADO - Academia com equipamentos de ultima geracao em um dos complexos do Condominio Fazenda Boa Vista, na cidade de Porto Feliz, interior do Estado de Sao Paulo. Os empreendimentos de luxo nessas regiões tem atraído os milionários do Estado. FOTO: MARCELO CHELLO / ESTADAO Foto: ESTADAO

A sentença afirma que a regra contraria os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana e, em última instância, promove “exclusão e preconceito”.

“E o pior: essa diferença é reforçada a cada dia que o reclamante laborou, dirigiu carros valiosos e foi impedido - sem a utilização de um critério justo - de ter acesso à saúde, recreação e a competição ínsita ao desporto”, diz outro trecho da decisão.

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Procurada pelo Estadão, a Academia 24 Horas informou que vai recorrer e classificou a decisão como “prematura”. Em nota, a advogada Evelise Barbosa Peucci Alves, que representa a academia, afirmou que a gestão atual assumiu em dezembro de 2021 e “não compactua com posturas discriminatórias”.

A regra que impedia colaboradores de usufruirem das instalações foi revista, segundo a advogada. “A prática de exercícios pelos colaboradores sempre foi e sempre será incentivada, desde que respeitados os horários e regras gerais, a fim de garantir que todos – clientes e colaboradores – possam utilizar o espaço de maneira organizada e segura.”

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