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Barroso é sorteado relator do habeas corpus de Anderson Torres

Ministro do Supremo vai analisar pedido da defesa que alega que ex-ministro da Justiça, preso há mais de cem dias por suposta 'omissão' ante atos golpistas do 8 de janeiro, sofre de 'crise de ansiedade e chorou de forma compulsiva (...) expondo palavras e ideias sem nexo e desânimo com a manutenção de sua vida'

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Foto do author Pepita Ortega
Anderson Torres está preso preventivamente desde 14 de janeiro. Foto: Carolina Antunes/PR

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, foi sorteado relator do habeas corpus impetrado quarta-feira, 26, pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres - preso há mais de cem dias sob suspeita de 'omissão' ante os atos golpistas que devastaram a Praça dos Três Poderes no 8 de janeiro.

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O pedido de liberdade foi impetrado contra decisão do ministro Alexandre de Moraes que manteve a prisão preventiva do aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. A defesa alega que Torres teve uma 'crise de ansiedade' na terça, 25, no Batalhão de Polícia Militar em Brasília, onde está preso - ocasião em que 'chorou de forma compulsiva, relatando enorme saudade de seus familiares, em especial de suas filhas, expondo palavras e ideias sem nexo, e expôs seu desânimo com a manutenção de sua vida'.

"Os efeitos deletérios da custódia cautelar podem levar o paciente (Torres) a ceifar a própria vida. E caso isso não ocorra, a única certeza que se tem é que seu estado mental tenderá a piorar, porquanto a única alternativa terapêutica para sua convalescença, segundo a médica da Secretaria de Saúde do DF, reside na sua internação domiciliar", argumentam os advogados Eumar Novacki e Edson Smaniotto, que representam o ex-ministro de Bolsonaro.

O habeas corpus questiona o fato de Alexandre de Moraes ter negado, no último dia 20, um outro pedido de liberdade de Torres, o qual contava com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. A PGR defendeu que Torres fosse colocado em liberdade provisória, mas com medidas cautelares alternativas como o uso de tornozeleira eletrônica e manutenção de seu afastamento das funções de delegado de Polícia Federal - carreira à qual pertence.

Ao manter a prisão de Torres, o ministro considerou que a necessidade de segregação do bolsonarista foi reforçada por 'fortes indícios' de sua ligação com a 'minuta do golpe' - documento apreendido pela Polícia Federal em um armário da residência de Torres, em Brasília - e com as fiscalizações em massa da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno das eleições.

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Na ocasião, Alexandre classificou as blitz em série da PRF, especialmente em rodovias do Nordeste - principal reduto eleitoral do presidente Lula - como 'operação golpista' 'para tentar subverter a legítima participação popular'.

O ex-ministro da Justiça iria depor na última segunda, 24, sobre a atuação da PRF no segundo turno do pleito - a corporação é subordinada ao Ministério da Justiça. A oitiva, no entanto, foi adiada após a Secretaria de Saúde do Distrito Federal atestar que Torres não tem condições de 'comparecer a qualquer audiência por questões médicas (ajuste medicamentoso), durante uma semana'.

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