Era tarde de sábado, dia 4, quando 350 fuzileiros navais da Marinha embarcaram no navio patrulha oceânico Apa para Santos. A tropa chegou neste domingo e, a partir desta segunda-feira, dia 6, vai reforçar o combate ao crime organizado no maior porto da América Latina, o de Santos, onde o Primeiro Comando da Capital (PCC) despacha toneladas de cocaína para a Europa, África e Ásia.
A Operação Lais de Guia vai engajar até 3 de maio de 2024 1,9 mil militares da Marinha do Brasil e 120 embarcações e veículos, como navios-patrulha, lanchas, blindados Piranha e carros lagarta anfíbios (CLANFs), idênticos aos usados na ocupação do complexo do Alemão, no Rio, em 2010, além de viaturas blindadas leves para o combate ao tráfico de drogas e de armas nos três portos.
De acordo com o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, a Marinha já faz inspeções navais de caráter administrativo na região dos portos. “A lei complementar, no que tange aos portos, nos confere uma atuação limitada de apoio logístico, de inteligência, de comunicação e de instrução. Então para que ocorra o emprego de tropas nessa área é necessário um decreto de GLO (Garantia de Lei e Ordem)”.
No Rio, vão atuar 750 fuzileiros navios, divididos nos portos do Rio e de Itaguaí. A Marinha também fará o patrulhamento das baías de Guanabara e de Sepetiba (RJ), além da inspeção das área portuárias em conjunto com a Polícia Federal. Os militares da Força Naval estarão embarcados e contarão com cães farejadores.
Segundo o comandante da área de operações, o vice-almirante (Fuzileiro Naval) Renato Rangel Ferreira, essa operação é diferente de outras já feitas pela Marinha “Esta Operação da Garantia da Lei e da Ordem tem dois aspectos que a diferenciam das anteriores. O primeiro é o que podemos chamar de uma GLO do Mar, pois acontece com ênfase no mar e nos portos, ao contrário de todas as outras que ocorreram. O segundo é o forte caráter interagências, pois só acontece com a cooperação e a participação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, da Receita Federal e dos demais órgãos envolvidos com o controle dos portos.”
A Marinha mobilizou quatro navios aviso de patrulha, um navio de apoio oceânico, oito navios-patrulha (dos quais dois oceânicos), quatro lanchas, quatro embarcações de casco semi-rígido, dois carros lagartas anfíbios (CLANFs), seis blindados Piranha, motos aquáticas, caminhões e até guindastes para operação.
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