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Bolsonaro usa vídeo de homem pintando parede de verde para ilustrar sua tese de 'erro do botão'; assista e leia íntegra de depoimento

Ex-presidente adotou expediente insólito no depoimento à PF nesta quarta, 26; ele afirmou ter se confundido com os comandos do celular quando compartilhou ataques ao sistema eleitoral dois dias depois da marcha golpista sobre a Praça dos Três Poderes

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Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
 Foto: Reprodução/PF

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou à Polícia Federal um vídeo 'ilustrativo' para reforçar o argumento do ex-chefe do Executivo de ter errado um comando no Facebook ao compartilhar, dois dias após os atos golpistas de 8 de janeiro, publicação questionando o resultado das eleições 2022.

A gravação juntada aos autos do inquérito sobre a ofensiva antidemocrática tem nove segundos e registra o compartilhamento de um vídeo em que um homem pinta uma parede de verde.

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No vídeo levado aos investigadores, a defesa reproduz os comandos no Facebook que teriam sido feitos por Bolsonaro no dia 10 de janeiro. À Polícia Federal, ele disse que se 'interessou' em assistir o vídeo que questionava as eleições 2022 'com mais cuidado posteriormente', alegando que 'tem o costume de encaminhar todas as postagens que lhe interessam para o seu Whatsapp para posterior visualização'.

Nesse contexto, o ex-presidente sustenta ter clicado duas vezes na opção compartilhar e assim o vídeo que contesta o pleito do ano passado passou a constar em sua própria página do Facebook.

Bolsonaro sustenta que a publicação foi feita 'sem seu real interesse em publicá-la'. Alegou ainda que 'não tem o hábito de repostar vídeos de pessoas desconhecidas' e que 'ao perceber o erro, providenciou a retirada da postagem'.

Sobre o conteúdo da publicação, destacou que 'considera a Eleição de 2022 uma página virada em sua vida'.

Bolsonaro prestou depoimento nesta quarta-feira, 26, à Polícia Federal sobre suposta incitação aos atos golpistas do 8 de janeiro. Ele disse que a publicação no centro das suspeitas - realizada no dia 10 de janeiro e questionada por integrantes do Ministério Público Federal - foi realizada em sua residência, 'tão logo' saiu do hospital em Orlando, nos EUA, onde estava internado. Bolsonaro narrou que foi ao médico depois de passar mal com obstrução intestinal e, durante a internação, foi medicado com morfina.

Os advogados do ex-presidente, Paulo Amador Bueno e Daniel Tesser, apresentaram aos investigadores documento que comprovaria que Bolsonaro foi medicado com morfina. Ele foi acompanhado de uma carta assinada pelo médico Marcelo da Silva, do hospital AdventHealth. Também foi juntada aos autos uma foto do ex-presidente, de camisola, dentro do hospital, na tarde do dia 10 de janeiro.

 Foto: Reprodução/PF
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