PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

‘Bom juiz não se envenena pela paixão e não quer conviver com quem suja a toga’, diz Salomão

Ao se despedir da Corregedoria Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão enalteceu magistrados com a “maior carga de trabalho no mundo” e cobrou dos corregedores de todo o País atuação firme nas eleições que se aproximam para “preservar imparcialidade”

PUBLICIDADE

Foto do author Pepita Ortega
Atualização:
Salomão deixa a Corregedoria para assumir a vice-presidência do Superior Tribunal de Justiça Foto: WILTON JUNIOR/Estadão

O ministro Luis Felipe Salomão acredita que o bom juiz é “sempre aquele que não se envenena pela paixão”. Nesta terça-feira, 20, ao se despedir do cargo de corregedor nacional de Justiça, que ocupou nos últimos dois anos, Salomão elencou as características de um “bom” magistrado: tem a “maior carga de trabalho no mundo”, proferindo “20 sentenças por dia, 365 dias no ano”.

PUBLICIDADE

O ministro considera que o juiz deve atuar de “maneira silenciosa porque restabelece a paz social abalada pelo conflito que ele decide”. Por essa razão, Salomão entende que o “bom juiz não quer conviver com quem suja a toga, utilizando-a com fim político ou mediante desvio de qualquer natureza”.

Salomão deixa a Corregedoria para assumir a vice-presidência do Superior Tribunal de Justiça. O ministro Herman Benjamin assumirá a presidência da Corte. A cadeira de Salomão na Corregedoria será ocupada pelo ministro Mauro Campbel.

Às vésperas das eleições 2024, Luis Felipe Salomão cobrou dos corregedores de todo o País uma atuação firme no pleito, para a “preservação da imparcialidade dos juízes”. Ele também alertou os magistrados para que mantenham, “no âmbito público ou privado, na vida real ou ambiente virtual, uma postura compatível com os deveres inerentes ao cargo.

Em seu último pronunciamento como corregedor nacional de Justiça, Salomão destacou a preparação “meticulosa” de sua equipe para cada uma das 40 correições que foram realizadas em tribunais de todo o País durante sua gestão. Os casos mais emblemáticos foram na Justiça Federal do Paraná, com a inspeção no berço da Operação Lava Jato, e no Tribunal de Justiça da Bahia, onde verificou-se o esquema de venda de sentenças desbaratado na Operação Faroeste.

Publicidade

Durante sua fala, Salomão fez aceno aos colegas no CNJ. Destacou passagens dos escritores Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meirelles sobre despedidas. Ainda recebeu um afago do presidente do colegiado, Luís Roberto Barroso. “Somos imunes a intrigas e sempre quando eventualmente divergimos continuamos amigos e parceiros para fazer coisas boas juntos. É um prazer e alegria ter compartilhado esse período no CNJ com Salomão”, afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.