No atual cenário global, competitividade e integridade são fatores-chave para o desenvolvimento sustentável de qualquer país. Integridade é o alicerce que sustenta a competitividade a longo prazo - que, por sua vez, impulsiona o crescimento econômico duradouro e o progresso. Nesse contexto, o Brasil enfrenta o desafio de aprimorar-se nesses aspectos para impulsionar sua economia e conquistar destaque no mercado internacional. O lançamento do Centro de Estudos em Integridade e Desenvolvimento (CEID), integrado ao INAC- Instituto Não Aceito Corrupção, no dia 07 de setembro surge como uma iniciativa para direcionar o país rumo a esse desejado futuro sustentável.
Para entender a importância do CEID, eis alguns dados concretos e pesquisas recentes sobre o Brasil: o país está na 71ª posição em competitividade global pelo Fórum Econômico Mundial (2020), o que demonstra a necessidade de melhorias nesse aspecto. A Transparência Internacional (2022) coloca-o em 94º lugar no ranking de percepção de corrupção, destacando a urgência de promover integridade e combater tal prática nociva.
Comparando esses dados a outros países, percebe-se a distância que o Brasil precisa percorrer para alcançar níveis satisfatórios de competitividade e integridade. Na América Latina, Chile, Uruguai e Costa Rica se sobressaem, ocupando melhores posições. Entre os países desenvolvidos, a diferença é mais notável, com Dinamarca, Singapura e Suíça à frente.
Sem melhorias na governança pública, controle da corrupção e investimento em educação, não há desenvolvimento – tanto menos sustentável. O relatório da Transparência Internacional alerta para a necessidade de fortalecer órgãos de controle e aprimorar leis anticorrupção. Demandam-se mais transparência, ética e responsabilidade social de empresas, governos e sociedade civil. O mundo consciente dos impactos ambientais e sociais exige integridade nas relações comerciais. O desenvolvimento sustentável requer confiança de stakeholders como consumidores, investidores e reguladores.
Para que o Brasil avance em direção a um futuro mais competitivo e íntegro, precisa enfrentar seus desafios de frente e buscar aprimorar sua integridade na governança pública e privada. Investimentos em infraestrutura – pincipalmente verde, como projetos voltados para transporte sustentável, energia renovável e infraestrutura resiliente às mudanças climáticas e eficiente no uso de recursos - são medidas cruciais para tornar o país mais competitivo e sustentável. Além disso, a ética e a transparência devem ser valores enraizados na cultura empresarial e no próprio governo.
Nesse contexto, o CEID surge como um guia para conduzir uma transformação positiva no cenário brasileiro. Reunindo especialistas, pesquisadores e representantes da sociedade civil, ele promoverá discussões e soluções inovadoras que fortaleçam a competitividade e a integridade nos setores público e privado. O CEID tem o potencial de impulsionar políticas públicas mais eficazes, além de fomentar parcerias entre organizações governamentais, empresariais e sociais em prol da transparência e do desenvolvimento sustentável.
Frente a desafios de competitividade e integridade, essenciais para o desenvolvimento sustentável do Brasil, o CEID emerge como catalisador de transformação. Ele trabalha para transformar a realidade brasileira, fortalecendo a competitividade e promovendo uma cultura de integridade. Com esforços conjuntos e o comprometimento de diversos atores, o Brasil será impulsionado rumo a um futuro promissor.
*Rodrigo Bertoccelli é presidente do Centro de Estudos em Integridade e Desenvolvimento do INAC, mestre em Direito Público pela FGV e professor da FIA
*Natascha Schmitt é vice-presidente do Centro de Estudos em Integridade e Desenvolvimento do INAC, Master of Laws pela University of California, Berkeley School of Law. Advogada de infraestrutura e descarbonização. Sustainable Business Strategy pela Harvard Business School. Membro do Grupo de Trabalho da UNECE (Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa) em apoio às Parcerias Público-Privadas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.