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Cid iniciou avaliação de Patek Philippe logo após Bolsonaro ganhar o relógio no Bahrein, mostra PF

PF descobriu que tenente-coronel, ex ajudante de ordens, já começou a pesquisar valor de relógio de luxo quando comitiva presidencial ainda se deslocava pelo exterior, em novembro de 2021; sete meses depois, Mauro Cid colocou peça à venda por mais de US$ 50 mil

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Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Tácio Lorran
Atualização:
Os achados da PF sobre a venda de relógio "subtraído diretamente" por Bolsonaro Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha “plena ciência” do esquema de venda de joias e presentes que ele recebeu em razão do cargo. Os investigadores descobriram que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, começou a pesquisar quanto valia um relógio Patek Philipe logo após de ex-chefe do Executivo ter ganhado o mesmo, no Bahrein, em novembro de 2021.

A pesquisa ocorreu enquanto a viagem ocorria – Cid acompanhava o ex-chefe do Executivo. O delator chegou a enviar para o então presidente, por WhatsApp, a captura de tela com o valor do relógio – US$ 51.665,00 – assim como uma fotografia do certificado de origem do relógio. Procurada pela reportagem, a defesa de Bolsonaro não se manifestou.

Os achados da PF sobre a venda de relógio "subtraído diretamente" por Bolsonaro Foto: Polícia Federal

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Ainda de acordo com a Polícia Federal, sete meses depois da viagem, em junho de 2022, Cid começou a negociar a venda do relógio Patek Philippe com a loja Precision Watches, na Pensilvânia, nos Estados Unidos. A Polícia Federal narra que o relógio foi levado para os EUA no avião presencial e vendido.

Como mostrou o Estadão, a PF diz que o relógio Patek Philippe foi “subtraído diretamente” por Bolsonaro, sem nem sequer ser registrado no Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência para tratamento e destinação. O mesmo ocorreu com esculturas douradas de um barco e uma árvore. Ainda de acordo com os investigadores, tais bens ainda não foram recuperados.

Os achados da PF sobre a venda de relógio "subtraído diretamente" por Bolsonaro Foto: Polícia Federal

Os investigadores conseguiram identificar que Cid tirou fotos do relógio no Palácio da Alvorada, residência oficial do Presidente da República. Segundo a PF, esse e outros elementos de prova ratificam a participação de Bolsonaro no esquema sob suspeita.

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À PF, Cid afirmou que o relógio “foi apresentado inicialmente pelo ex-presidente, solicitando que fosse realizada uma pesquisa de preço”. Cid diz que Bolsonaro deu ordem para que ele rendesse o objeto.

A corporação descobriu ainda que o representante da loja para qual o relógio foi vendido chegou a questionar o porquê de o certificado de compra do objeto estar em branco. Cid, respondeu que o relógio era “um presente recebido em uma viagem oficial de negócios aos Emirados em outubro de 2021″. O então ajudante de ordens da Presidência disse ainda que esperava receber 50 mil dólares pelo relógio.

Segundo a corporação, o relógio foi vendido junto de um rolex também presenteado a Bolsonaro por US$ 68 mil.

Os achados da PF sobre a venda de relógio "subtraído diretamente" por Bolsonaro Foto: Polícia Federal
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