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Opinião|Como as normas da campanha eleitoral influenciam a saúde da democracia?

De forma sucinta, o início da corrida eleitoral é um momento que evidencia a intrincada relação entre normas legais e prática política. A análise da implementação dessas normas e seu efeito na competição eleitoral ressalta a importância de assegurar que o sistema opere de modo equitativo e imparcial

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convidado
Por Julia Matos

O início da campanha eleitoral é um momento fundamental no curso democrático, no qual as normas e leis determinam o cenário no qual candidatos e partidos devem atuar. Essas diretrizes são criadas para assegurar a imparcialidade e a clareza, estabelecendo um contexto no qual todos os envolvidos possuem chances iguais de expor suas ideias e interagir com os eleitores.

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A imposição dessas diretrizes frequentemente gera questionamentos acerca de sua efetividade e dos obstáculos que surgem quando os postulantes tentam aproveitar lacunas na legislação. Por exemplo, a Lei nº 9.504/1997 estabelece que a propaganda eleitoral só pode ser iniciada após a confirmação das candidaturas e impõe limitações quanto ao uso de recursos e ao formato da publicidade.

Essas normas têm como objetivo impedir que candidatos com maiores recursos financeiros tenham uma vantagem injusta e assegurar que a competição se desenrole em condições equitativas. Entretanto, a prática demonstra que, mesmo diante dessas diretrizes, existem maneiras criativas de burlar as restrições, como a utilização precoce de redes sociais para realizar pedido de voto antes do início oficial da campanha.

A analogia com a teoria de Émile Durkheim, que enxerga a sociedade como um organismo vivo, fornece uma perspectiva valiosa para compreender a relevância e o impacto dessas normas. Durkheim sustentava que cada parte da sociedade cumpre uma função específica e contribui para a harmonia e equilíbrio do conjunto. Da mesma forma, as normas que regem a campanha eleitoral podem ser comparadas aos “órgãos” que garantem o bom funcionamento do processo democrático. Assim como uma falha em um órgão pode comprometer a saúde geral do corpo, a aplicação inadequada ou desigual das regras eleitorais pode prejudicar a integridade do processo político. A metáfora de Durkheim ressalta a importância de assegurar que cada componente do sistema eleitoral opere de maneira adequada para que o “organismo” democrático se mantenha saudável e operante.

De forma sucinta, o início da corrida eleitoral é um momento que evidencia a intrincada relação entre normas legais e prática política. A análise da implementação dessas normas e seu efeito na competição eleitoral ressalta a importância de assegurar que o sistema opere de modo equitativo e imparcial. A comparação com a teoria de Durkheim enfatiza a necessidade de uma abordagem que promova a integridade do processo democrático e garanta que todos os setores do sistema eleitoral atuem em conjunto para preservar a saúde e eficiência do organismo democrático como um todo.

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Advogada eleitoral. Foto: Arquivo pessoal
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