Entre os presos da Operação Lava Jato, nome dado à ação por envolver lavanderias e postos de combustíveis, estão os doleiros Alberto Youssef, envolvido em irregularidades denunciadas na CPI do Banestado, e Carlos Habib Chater.
Veículos de luxo foram apreendidos, além de dinheiro em espécie, joias e obras de arte, num total estimado em R$ 5 milhões. Com a prisão, Youssef, que já havia sido detido na Operação Farol da Colina, pode perder os benefícios obtidos após uma delação premiada.
A investigação apontou que Youssef teria dado em março de 2013 um Land Rover ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto da Costa - ele disse desconhecer a operação da PF e negou qualquer relação entre o veículo e sua posição na estatal. "O carro foi ganho por serviços de consultoria quando eu não estava mais na Petrobrás", afirmou. Costa disse ter deixado a estatal em abril de 2012.
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A operação cumpriu, até o início da noite de ontem, 24 mandados de prisão e 15 mandados de condução coercitiva. As buscas da PF resultaram na apreensão de farta documentação, 25 veículos, obras de arte e joias. Contas bancárias utilizadas pelo grupo também foram bloqueadas e imóveis sequestrados. Os presos foram todos conduzidos à Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, no Paraná.
"Um dos objetivos era cortar o fluxo financeiro feito pelos doleiros, que incluía, entre as atividades ilícitas o comércio ilegal de diamantes", afirmou em Curitiba o delegado da PF Márcio Anselmo, que coordena a operação.
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Fachada. Para ter uma dimensão da movimentação financeira dos grupos, foi constatado que somente uma das organizações criminosas remeteu ao exterior cerca de US$ 250 milhões entre 2009 e 2013. Mais de uma centena de empresas de fachada vinculadas aos grupos foi identificada. Eles operavam ainda com importação da China e de Hong Kong e obras de arte. Hoje a PF inicia a oitiva dos presos e a análise da documentação reunida.
O acesso da PF aos registros foi possível graças ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda.
O ex-sócio da Bônus-Banval Enivaldo Quadrado cumpria pena alternativa em uma entidade de Assis, no interior paulista, entre 7 e 14 horas - e ainda administrava uma concessionária de carros que ele comprou depois de ter sido condenado no processo do mensalão. / FAUSTO MACEDO, JÚLIO CÉSAR LIMA, MONICA CIARELLI E SANDRO VILLAR