O procurador José Carlos Cosenzo, preterido na escolha para o cargo de procurador-geral de Justiça de São Paulo, disse estar ‘decepcionado’, mas não pela nomeação de seu colega, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.
Em seu grupo no WhatsApp ele fez um desabafo, sem citar nomes. “Minha decepção é com gente próxima, que não se encontra mais no grupo, mas me disse apoiar enquanto cumpria determinação de pessoa fora da instituição.”
Cosenzo, de 71 anos, mais de 40 na carreira, ficou em primeiro lugar na eleição do Ministério Público estadual, com 1004 votos. Paulo Sérgio amargou o último na lista, com 731 votos. O segundo foi Antonio Da Ponte, da oposição, com 987 votos.
Ambos, Cosenzo e Paulo Sérgio, se candidataram pela situação, com apoio do ex-procurador-geral Mario Luiz Sarrubbo. A eleição ocorreu no sábado, 13. No domingo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nomeou Paulo Sérgio, apoiado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab, hoje secretário de Governo e Relações Institucionais do Palácio dos Bandeirantes.
É a primeira vez que o último da lista tríplice é indicado para chefiar o Ministério Público paulista. A publicação da nomeação de Paulo Sérgio saiu nesta segunda, 15, no Diário Oficial do Estado. A Constituição prevê que o chefe do Executivo pode nomear qualquer um da lista, independente da ordem de votação.
“O tempo se encarregará de esclarecer tudo, inclusive o fato de o governador fazer a nomeação tão rápida, contrariando seus próprios correligionários”, diz Cosenzo.
Ele aponta para Antonio Da Ponte, seu principal rival na corrida à Procuradoria-Geral. “Penso que também foi vítima o segundo colocado, pois não teve condições sequer de ser avaliado como um dos possíveis nomeados.”
Enigmático, Cosenzo mira os apoios ao escolhido, ainda sem fazer menção a nomes. “Com tal decisão provocada por outrem e auxiliada por outrem, retornamos à história de nomear os grandes perdedores.
O Ministério Público é maior do que fatos tristes episódicos. Vamos em frente.”
Ele fala de sua campanha, ‘séria, propositiva, responsável, fraterna e, acima de tudo, respeitosa com os demais concorrentes’.
“Dos amigos daqui, só tenho gratidão. Deus lhes pague pelas palavras carinhosas e apoio incondicional.”
Ao final da mensagem recorre a Mário Quintana no Poeminho do Contra. “Todos esses que aí estão atravancando NOSSO caminho. Eles passarão...Eu passarinho!”
Leia também
Leia a mensagem de José Carlos Cosenzo aos colegas
“Meus amigos.
Recebi há pouco a notícia da nomeação do terceiro colocado.
Posso dizer que estou decepcionado, não pela nomeação, pois é da CF (Constituição Federal) a escolha de um dos três da lista.
Minha decepção é com gente próxima, que não se encontra mais no Grupo, mas me disse apoiar enquanto cumpria determinação de pessoa fora da instituição.
O tempo se encarregará de esclarecer tudo, inclusive o fato de o governador fazer a nomeação tão rápida, contrariando seus próprios correligionários.
Penso que também foi vítima o segundo colocado, pois não teve condições sequer de ser avaliado como um dos possíveis nomeados.
Mas fiz uma campanha séria, propositiva, responsável, fraterna e acima de tudo respeitosa com os demais concorrentes.Dos amigos daqui, só tenho gratidão.
Deus lhes pague pelas palavras carinhosas e apoio incondicional.
Com tal decisão provocada por outrem e auxiliada por outrem, retornamos à história de nomear os grandes perdedores.
O Ministério Público é maior do que fatos tristes episódicos.
Vamos em frente.
Como disse Mário Quintana no Poeminho do Contra:
”Todos esses que aí estão
Atravancando NOSSO caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!”
Minha reverência a todos. Paz e bem.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.