O advogado Cristiano Zanin Martins, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF), não seguiu a vida acadêmica. Ele se formou em Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1999, e depois disso não fez mestrado nem doutorado.
A carreira de mais de duas décadas anos foi construída na advocacia. Ele é descrito por pessoas próximas como um profissional dedicado, estudioso e ‘incansável’.
Como antecipou a Coluna do Estadão, Lula revelou a ministros do Supremo que apresentaria o nome de Zanin ainda nesta semana.
Além de ter sido pioneiro em teses fixadas pelo STF na esteira da Operação Lava Jato, como a inconstitucionalidade da condução coercitiva e a revisão da prisão em segunda instância, o advogado tem no currículo outros casos de peso.
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Antes de se lançar na área criminal, ao assumir a defesa de Lula na Lava Jato, sua especialidade era em litígios empresariais e recuperações judiciais. Esteve à frente da recuperação judicial da Varig, da falência da Transbrasil e da revisão do acordo de leniência da J&F.
Já cacifado pelo desempenho na Lava Jato, foi contratado para defender autoridades como o governador de Alagoas Paulo Dantas, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo, e o senegalês Lamine Diack, que foi membro do Comitê Olímpico Internacional.
Zanin trabalhou em mais de 100 processos no STF, onde agora pode ocupar uma cadeira. Suas teses fundamentaram o trancamento de dezenas de ações penais da Lava Jato.
Como advogado, participou da audiência pública convocada pelo Supremo para debater a implementação do juiz de garantias. O julgamento do caso foi pautado no tribunal para o dia 14 de junho, abrindo caminho para Zanin participar da votação se seu nome for aprovado a tempo no Senado.
O futuro ministro também participou de outros casos famosos, como o espólio do fundador da fabricante de bicicletas Caloi e o processo contra o cartunista Nando Motta, autor da charge do ‘estupro culposo’, sobre o caso Mari Ferrer.
Se for aprovado para o STF, Cristiano Zanin não será o único ministro sem credenciais acadêmicas. Rosa Weber e Dias Toffoli também não fizeram mestrado.
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