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Decisão de Toffoli contraria recomendações internacionais, alertam forças-tarefa Lava Jato e Greenfield

Procuradores do Ministério Público Federal responsáveis por duas das maiores e mais complexas operações de combate à corrupção e ao crime organizado no país apontam que caso 'impactará muitos casos, criando risco à segurança jurídica do trabalho'

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Por Julia Affonso, Fausto Macedo/SÃO PAULO e Caio Sartori/RIO
Atualização:

Dias Toffoli. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

As forças-tarefa da Operação Lava Jato e Greenfield afirmaram em nota pública conjunta nesta quarta-feira, 17, que a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que suspende todos os processos que contenham dados fiscais e bancários sem prévia autorização judicial, 'contraria recomendações internacionais'. A determinação do ministro foi dada no âmbito de pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

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Os procuradores da República, responsáveis pela condução das mais importantes e complexas investigações já desencadeadas no país contra a corrupção e o crime organizado, relataram 'grande preocupação'.

A decisão de Toffoli alcança dados fiscais e bancários de contribuintes compartilhados pelos órgãos de fiscalização e controle, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Receita Federal e o Banco Central.

"A referida decisão contraria recomendações internacionais de conferir maior amplitude à ação das unidades de inteligência financeira, como o COAF, inclusive em sua interação com os órgãos públicos para prevenir e reprimir a lavagem de dinheiro", afirma a nota subscrita pela Lava Jato e Greenfield.

"As forças-tarefa, ao longo dos últimos cinco anos, receberam inúmeras informações sobre crimes da Receita, do COAF e do BACEN, inclusive a partir da iniciativa dos órgãos quando se depararam com indícios de atividade criminosa. A base para o compartilhamento na última situação é o dever de autoridades de comunicar atividade criminosa identificada."

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As forças-tarefa destacam que é 'inviável identificar imediatamente quantos dos milhares de procedimentos e processos em curso nas forças-tarefa podem ser impactados pela decisão'. No entanto, afirmam, é possível prever que a decisão de Toffoli 'impactará muitos casos que apuram corrupção e lavagem de dinheiro nas grandes investigações e no país, criando risco à segurança jurídica do trabalho'.

"A suspensão de investigações e processos por prazo indeterminado reduz a perspectiva de seu sucesso, porque o decurso do tempo lhes é desfavorável. Com o passar do tempo, documentos se dissipam, a memória de testemunhas esmorece e se esvai o prazo de retenção pelas instituições de informações telefônicas, fiscais e financeiras", registraram a Lava Jato e a Greenfield.

"Por tudo isso, as forças-tarefa ressaltam a importância de que o caso seja apreciado, com a urgência possível, pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, manifestando confiança de que a Corte definirá a questão com a necessária urgência, conferindo segurança jurídica para o desenvolvimento das investigações e processos suspensos."

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