A defesa do ex-governador Sérgio Cabral Filho (MDB), em nota divulgada no Facebook, se disse "indignada e estarrecida" com a forma como o emedebista foi conduzido publicamente nesta sexta-feira, 19, em Curitiba, para exames do Instituto Médico Legal.
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Cercado por policiais federais encapuzados e armados, Cabral teve pés e mãos algemados e precisava de ajuda de um agente para caminhar sem cair. Na véspera, ele foi conduzido da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, para a Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador (ambos na zona norte do Rio), na caçamba de um carro da Polícia Federal, em lugar do banco traseiro.
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Os advogados do ex-governador classificaram a ação da Polícia Federal de "espetáculo".
"Sérgio Cabral está proibido de falar, com pés e mãos algemados", diz a nota, em tom irônico. "Esqueceram apenas de colocar o capuz e a corda. A defesa está indignada e estarrecida com tamanho espetáculo e crueldade."
O texto tem o título "Nota da defesa do ex-governador". Foi divulgada no perfil Apoio a Sérgio Cabral, que divulga posts elogiosos ao emedebista. Em outra publicação, uma nota sem assinatura criticou a decisão de transferir Cabral e os Ministérios Público Estadual e Federal:
"Os Ministérios Públicos Estadual e Federal pediram a transferência de Sérgio Cabral para Curitiba. Os juízes, que têm aceitado todas as solicitações do Ministério Público, acataram o pedido. "O Ministério Público fala em sua peça sobre regalias. No entanto, o Ministério Público tem amplo conhecimento de que o presídio de Benfica é monitorado 24h com 60 câmeras (nenhum presídio do Rio conta com isso), não existem visitas fora dos horários, não existe essa fantasia de comida não autorizada e a sobra da comida que a família leva fica com o preso. Isso ocorre em várias penitenciárias do Estado, não existe regalia em Benfica. Em relação às imagens que mostram o interno circulando, já foi amplamente divulgado que Sérgio Cabral atua como classificado para a biblioteca do presídio, incentivando a leitura de outros internos e auxiliando no que é necessário." (...)
"Hoje, quem faz o que quer nesse país é o Ministério Público aliado à Justiça, e a população ainda não acordou para isso." O texto é encerrado com as hashtags #apoioaSérgioCabral, #ForçaCabral e #nãoàsregaliasdoMP"
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