O ex-policial Elcio Queiroz fez um acordo de delação premiada para revelar novas informações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes. A novidade foi revelada pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 24. Queiroz foi o motorista do suposto assassino Ronnie Lessa no dia em que ela foi executada.
Nesta segunda-feira, policiais federais e promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro fizeram uma operação com base nas informações reveladas por Queiroz. Nesse novo desdobramento, foi preso preventivamente o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, que já tinha sido condenado por obstrução judicial por ajudar a esconder provas desse caso.
De acordo com o ministro da Justiça, a delação de Elcio Queiroz colocou o caso em novo patamar, além de ter confirmado o que já se sabia sobre a execução do crime. Esse “novo patamar” vai dar novo impulso à identificação dos mandantes do assassinato, diz Dino. Veja o vídeo com a coletiva do ministro na íntegra:
“Há uma espécie de mudança de patamar da investigação. Se conclui a investigação sobre a execução e há elementos para um novo patamar, a identificação dos mandantes. Nas próximas semanas provavelmente haverá novas operações derivadas das provas colhidas hoje”, apontou.
Entenda as investigações sobre a morte de Marielle e Anderson
Para Dino, com as diligências realizadas nesta manhã, há a conclusão de uma fase da investigação, ‘com a confirmação de tudo o que aconteceu na execução do crime’. O delator confessou sua participação no caso e também implicou diretamente Ronnie Lessa e Maxwell. Os relatos apontam a dinâmica do assassinato, detalhando itinerários e roteiros dos criminosos.
A colaboração premiada sanou dúvidas dos investigadores sobre detalhes da investigação. Segundo Dino, há convergência entre a narrativa do ex-PM e informações levantadas pela PF. A partir daí, os investigadores terão os elementos necessários para avançar nas apurações, apontou o ministro, inclusive com a identificação de outras pessoas ligadas aos homicídios
“Esse evento de enorme importância, a ocorrência da delação premiada, com a confirmação de outros personagens, da dinâmica do crime, dos executores, permitirá esse caminho, que nós temos a convicção, a esperança - como é o nome da operação - que conduzirá aos mandantes”, frisou.
A ofensiva aberta na manhã desta segunda-feira, 24, foi batizada ‘Élpis’. Trata-se do nome da deusa que personificaria a esperança.
Segundo Dino, a delação revelou agora que Suel também ajudou no planejamento do assassinato da vereadora e chegou inclusive a monitorar pessoalmente os passos das vítimas antes do crime. A colaboração premiada foi fechada há cerca de 20 dias e homologada pela Justiça.
“Nessa delação premiada ele confirma a sua própria participação, confirma a participação de Ronnie Lessa e traz os elementos colhidos em relação ao senhor Maxwell. Temos outros aspectos que constam dessa delação e derivados das buscas e apreensões ocorridas hoje. É claro portanto que teremos desdobramentos”, afirmou Dino.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que Maxell teria dando ‘apoio logístico de integração’ com os demais investigados. O chefe da corporação diz que o ex-bombeiro teve ‘papel importante’ no caso, tanto ‘antes como depois’. O preso nesta manhã teria ajudado na ocultação de provas - o carro usado no crime foi ‘picado’.
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