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Delator revela origem da arma e quem acionou assassino para matar Marielle

Elcio Queiroz foi retirado de presídio para depor em Brasília após delação premiada. Ele deu nome de suposto contratante de Ronnie Lessa

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Ex-policial militar Elcio Vieira de Queiroz é condenado a 5 anos de prisão Foto: Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro/ Reprodução

O ex-policial Elcio Queiroz deu o nome de um suposto responsável por contratar o ex-policial militar Ronnie Lessa para assassinar a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). A revelação foi feita em depoimento prestado no dia 14 de junho, na sede do Comando de Aviação Operacional, em hangar da Polícia Federal no Aeroporto de Brasília, ao qual o Estadão teve acesso. Queiroz assinou acordo de delação premiada que motivou uma nova operação para investigar o caso Marielle nesta segunda-feira, 24.

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O depoimento de Queiroz foi acompanhado por uma advogada que lhe auxilia nas tratativas de delação premiada. O ex-policial foi transportado da Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, onde está preso com o executor Lessa.

No depoimento, Queiroz confirmou sua participação no assassinato de Marielle – ele aguarda julgamento no júri. Já era sabido pelos promotores, e descrito na ação penal, que Lessa atirou contra a vereadora e o motorista Anderson Gomes, e que ele atuou como motorista. Segundo Queiroz, o suposto contratante do crime foi o então policial militar Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como “Macalé”, assassinado em novembro de 2021.

Queiroz diz que ele chegou a participar também do monitoramento pessoal dos passos de Marielle, antes da execução. Segundo a delação, Lessa, “‘Macalé’ e ‘Suel’ - o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa, preso nesta segunda, 24 -, estavam ‘empenhados na vigilância e monitoramento de Marielle desde os últimos meses de 2017″.

“Sim, da vigilância, o Edimilson Macalé esteve presente em todas; inclusive foi através do Edimilson que trouxe... vamos dizer, esse trabalho pra eles; essa missão pra eles foi através do Macalé, que chegou até o Ronnie”, afirmou Queiroz em depoimento aos policiais e promotores, acompanhado de sua advogada, em que trata dos fatos sobre o assassinato de Marielle, descritos no anexo 2 de sua delação premiada.

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No depoimento, Queiroz diz ainda que a arma usada para matar Marielle tinha sido desviada do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), chamada de “trope de elite” da Polícia Militar do Rio de Janeiro.

“Sim, o que eu sei é o que foi passado por ele; essa arma ele adquiriu, segundo ele, tudo eu estou passando segundo ele me passou; de que houve um incêndio no Batalhão de Operações Especiais, no paiol, e essa arma foi extraviada; essa e outras armas foram extraviadas nesse incêndio aí, e essa arma ficou com uma pessoa que eu não sei quem é; essa pessoa conseguiu fazer a manutenção dela e vendeu pra ele; então ele tinha essa arma aí, conseguiu essa arma, por que ele já trabalhou no Batalhão de Operações Especiais, e o que acontece, essa arma já usou em serviço, pela numeração é de uma pessoa, mesmo policial que está acostumado a trabalhar sempre com a mesma arma; é costume, pessoa eu quero afinar o número 75 já sabe que aquela arma não vai dar problema; então tinha um carinho por aquela arma, que ele usava sempre quando estava em operação no Batalhão de Operações Especiais; e ele reformou ela todinha, deixou ela cem por cento”, afirmou Queiroz.

Macalé morreu em 2021, segundo informações da Polícia Federal. Ele ainda é apontado pelo Ministério Público do Rio como ‘comparsa passível’ de figurar como motorista de Ronnie Lessa quando esse decidisse executar a vereadora Marielle Franco. Também teria sido Edimilson que forneceu a Elcio Queiroz e a Lessa o Cobalt usado no dia no assassinato, em 14 de março de 2018.

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