Investigado pelos crimes de peculato, usura, organização criminosa e lavagem de dinheiro, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), teria pago R$ 5 mil por mês ao filho de uma colaboradora, por dois anos, em troca de seu silêncio sobre desvios na Assembleia Legislativa do Estado, mostrou o "Fantástico" deste domingo, 11.
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A então aliada, hoje delatora do esquema de corrupção atribuído ao atual governador, é Rita das Mercês, ex-procuradora-geral da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. A informação sobre a mesada já havia sido divulgada ano passado, mas a reportagem do "Fantástico" veiculou imagens que seriam do momento dos pagamentos.
Já denunciado pelo crime de obstrução à Justiça, Faria fez os repasses a Rita por meio de um assessor, Adelson Freitas dos Reis, segundo mostram as investigações do Ministério Público Federal. O destinatário era Gustavo Villarroel, filho da ex-procuradora.
Rita foi denunciada na Operação Dama das Espadas, de maio de 2017, que investigou a existência de servidores-fantasma na Assembleia. Ela então virou delatora e implicou o atual governador.
Faria foi presidente da Assembleia entre 2003 e 2010. Rita delatou ao MPF um esquema de corrupção que rendeu R$ 100 mil por mês a Faria a partir de 2006. Era o somatório de salários pagos a funcionários inexistentes desde 2006. Ela afirmou que os pagamentos a seu filho perduraram de 2015 a 2017. Seria uma forma de Faria agradá-la, para que ela não o denunciasse.
O governador foi alvo de operação da Polícia Federal que investigou os crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça em agosto de 2017. Ouvida pelo "Fantástico", a defesa do governador negou participação em esquemas ilícitos e também que ele tenha relações com Rita.
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