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Delegado da PF é eleito novo chefe da Interpol, o primeiro em um século

Valdecy Urquiza, diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal, foi indicado para assumir função crucial na organização que mantém bases e correspondentes em quase todo o planeta

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Atualização:
Delegado federal Valdecy Urquiza coordenou atividades globais da Interpol nas áreas de tráfico de seres humanos, contrabando de migrantes e exploração sexual de crianças na internet. Foto: Arquivo pessoal Foto: Arquivo pessoal

O Comitê Executivo da Interpol, em Lyon, elegeu nesta terça-feira, 25, o delegado de Polícia Federal Valdecy Urquiza como próximo Secretário-Geral da Interpol (2024 e 2029). A indicação deve ser ratificada em novembro pela Assembleia Geral. É a primeira vez que a Interpol - que completou 100 anos em setembro - será comandada por um cidadão de um país em desenvolvimento.

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A PF diz que a eleição de Urquiza é fruto de coordenação entre a corporação, o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Justiça e Segurança Pública. O delegado é, atualmente, diretor de Cooperação Internacional da PF e, desde 2021, é vice-Presidente para as Américas do Comitê Executivo da Interpol.

Segundo a corporação, a plataforma de campanha de Urquiza foi baseada “na promoção da diversidade e da modernização da Interpol, bem como no fortalecimento da transparência e da integridade da organização, com vistas a reforçar seu papel crucial na cooperação policial e no combate ao crime em todo o mundo”.

O processo de seleção para um dos postos mais sensíveis da Interpol foi aberto em julho de 2022. Ao longo do ano passado, Urquiza recebeu uma série de declarações de apoio de diferentes países.

Aos 43 anos, pai de dois filhos, maranhense de São Luís, Urquiza ingressou na Polícia Federal no concurso de 2004 e iniciou as atividades em 2007. Ao longo da carreira, atuou em cargos estratégicos na corporação.

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O secretário-geral representa a Interpol em questões internacionais e é o principal responsável por promover a cooperação entre as unidades nacionais e ‘garantir a execução eficiente das operações policiais internacionais’.

O cargo de secretário-geral da Interpol é crucial na administração da organização. É nomeado pelo Comitê Executivo e confirmado pela Assembleia-Geral. Cabe a ele liderar o corpo executivo da instituição, formado por mais de 1.000 profissionais, entre homens e mulheres que atuam nas atividades estratégicas e operacionais da Interpol.

A Interpol mantém uma rígida e efetiva estrutura de governança, com a missão de garantir que as atividades da organização respeitem os objetivos e interesses comuns de seus membros. Essa estrutura é formada pela Assembleia-Geral, pelo Comitê Executivo e pela Secretaria-Geral.

Em um século de existência, o cargo de secretário-geral foi sempre ocupado por representantes de países europeus e um dos Estados Unidos. A indicação de Urquiza rompe essa tradição.

O processo de candidatura ao cargo de secretário-geral da Interpol é um procedimento rigoroso e transparente. As candidaturas são abertas a representantes de todos os países-membros. Os candidatos devem apresentar suas credenciais formalmente, acompanhadas de currículo detalhado e uma carta de motivação, onde demonstram suas ‘habilidades e experiências’ relevantes para liderar a organização policial internacional.

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Quem é Urquiza

Aos 43 anos, pai de dois filhos, Valdecy Urquiza é delegado da Polícia Federal desde 2004. Atualmente, o Brasil ocupa a vice-presidência da Interpol - cargo ocupado por Urquiza, por mandato.

Eleito em 2021, com término de sua gestão previsto para 2024, ele representa todos os países das Américas no Comitê Executivo da organização.

Urquiza já representou a Polícia Federal junto à Interpol na sede da organização em Lyon, na França, onde liderou a Diretoria de Combate ao Crime Organizado e proteção de comunidades vulneráveis.

O delegado federal coordenou as atividades globais da Interpol nas áreas de tráfico de seres humanos, contrabando de migrantes e exploração sexual de crianças na internet.

Acumula a função de diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal.

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Em 2021, foi eleito pelos 195 países-membros da Interpol para servir como vice-presidente da Interpol para as Américas, para mandato de 2021 a 2024.

Anteriormente, atuou como chefe de Cooperação Jurídica Internacional na PF. Também exerceu o cargo de diretor na Diretoria de Crimes Organizados e Emergentes da Interpol em Lyon, na França, onde liderou a estratégia global da organização sobre crimes contra crianças, tráfico humano e contrabando de migrantes. Nessa função, liderou operações da Interpol na África, Oriente Médio e nas Américas.

Ele foi chefe do Escritório Central Nacional da Interpol no Brasil, chefe da Divisão de Cooperação Policial Internacional e liderou a Diretoria de Tecnologia da Informação na Polícia Federal.

Urquiza é formado em Direito pela Universidade de Fortaleza, possui MBA em Administração Pública pelo IBMEC e em Direito Ambiental pela PUC/SP.

Estudou Justiça Criminal na Universidade de Virginia, Telecomunicações e Tecnologia da Informação na Agência Japonesa de Cooperação Internacional em Tóquio e Gestão e Liderança na Universidade Harvard em Boston.

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Também é formado pela Academia Nacional do FBI em Quantico/Virgínia.

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