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Opinião|Desmascarando as mentiras sobre a violência doméstica

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convidado
Por Raquel Gallinati
Atualização:

A propagação de desinformação sobre violência doméstica perpetua estigmas e distorce a realidade.

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Falsas crenças, como a ideia de que a Lei Maria da Penha é injusta por supostamente favorecer apenas as mulheres, obscurecem seu propósito original.

Essa legislação foi promulgada para proteger mulheres vulneráveis que enfrentam violência, enquanto também reconhece que homens também podem ser vítimas, com dispositivos legais no Código Penal para ampará-los.

Outro equívoco comum é a noção de que a Lei Maria da Penha foi criada para permitir que mulheres se vinguem de homens. Na verdade, seu objetivo é fornecer mecanismos de proteção e assegurar que qualquer indivíduo que cometa atos de agressão seja responsabilizado criminalmente, enfatizando a busca pela justiça em vez de vingança.

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É completamente infundado sugerir que as mulheres são vítimas de violência doméstica por gostarem ou provocarem. As vítimas tentam evitar a agressão, mas podem permanecer em situações abusivas por medo, vergonha ou dependência emocional, mantendo a esperança de uma mudança na situação.

O mito de que existe um perfil específico para as vítimas de violência doméstica é falho. Qualquer mulher, independentemente de sua origem social, raça, etnia, religião, orientação sexual, idade ou nível de escolaridade, pode ser alvo desse tipo de violência.

Por fim, a ideia de que as vítimas poderiam simplesmente abandonar os agressores se a situação fosse grave é completamente falsa. Muitas mulheres enfrentam obstáculos sentimentais significativos para deixar seus agressores, ficando presas em um ciclo de violência difícil de interromper.

É crucial denunciar a violência e lembrar às vítimas que não são culpadas pelo que sofreram, merecendo viver em um ambiente seguro e livre de violência.

Desmistificar as falsas narrativas em torno da violência doméstica é essencial para garantir que as vítimas recebam o apoio necessário e sejam tratadas com dignidade. É crucial educar a sociedade sobre a complexidade desse problema e promover uma cultura de responsabilidade e apoio às vítimas.

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Raquel Gallinati
Delegada de polícia. Diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil. Mestre em Filosofia. Pós-graduada em Ciências Penais, Direito de Polícia Judiciária e Processo Penal
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