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Diretor da Faculdade de Direito da USP diz que Bolsonaro ajudou ato pela democracia: 'fez questão de menosprezar e isso gerou muitas adesões'

Celso Campilongo afirma que se presidente tivesse aderido manifesto em defesa do processo eleitoral repercussão seria menor

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Foto do author Rayssa Motta
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Ato em defesa da democracia reuniu aproximadamente 600 pessoas na Faculdade de Direito da USP e outras 8 mil no Largo de São Francisco. Foto: Felipe Rau/Estadão

O diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Celso Campilongo, disse esperar que as eleições transcorram com "tranquilidade".

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"Que não tenha confusões no momento do voto, de gente alegando coisas que sabidamente são impossíveis de ocorrer, do tipo: 'Eu votei em um candidato e apareceu o rosto do outro'. Tudo isso é mentira, é impossível que isso aconteça", disse na terça-feira, 27, em transmissão ao vivo com o promotor de Justiça João Linhares, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

A Faculdade de Direito da USP foi palco no mês passado de um ato suprapartidário em defesa da democracia e do processo eleitoral. O movimento ganhou amplo apoio popular. O manifesto lançado por ex-alunos teve mais de um milhão de assinaturas.

Celso Campilongo: "A regra da democracia é a publicidade, é a transparência, e não o seu oposto". Foto: Divulgação

Para Campilongo, as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a manifestação acabaram atraindo apoio para o movimento.

"Se ele [Bolsonaro] tivesse dito logo no início: 'eu quero assinar também porque eu sou a favor da democracia', esse movimento não teria tido essa repercussão. Mas ele fez questão de menosprezar, de hostilizar, de menosprezar, de tratar de uma forma leviana. E isso gerou muitas adesões", disse o jurista.

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Campilongo também criticou o orçamento secreto e os decretos de sigilo impostos pelo governo a documentos oficiais. Levantamento do Estadão mostra que, entre 2019 e 2022, o governo Jair Bolsonaro impôs segredo de 100 anos a informações que deveriam ser públicas em ao menos 65 casos.

"A regra da democracia é a publicidade, é a transparência, e não o seu oposto", defendeu Campilongo. "Isso é uma ironia, isso é uma sátira, isso é um deboche com essa pouca vergonha de sigilo centenário. Absolutamente incompatível com o Estado democrático de Direito."

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