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Opinião|É preciso abrir os olhos para o glaucoma

O diagnóstico e o tratamento precoce tornam possível corrigir os fatores que levam a progressão da doença e o impacto à vida do paciente. Infelizmente, ainda são recorrentes os casos de pessoas que sofrem com o glaucoma sem ainda terem feito o diagnóstico

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Por Erika Yumi
Atualização:

Recentemente, a mídia deu destaque ao problema por envolver o cantor sertanejo Marrone, da dupla formada com Bruno. Ele não apenas foi diagnosticado com um glaucoma em estágio avançado como perdeu parte da visão periférica devido à doença. Até então, a informação divulgada pelos grandes veículos era de que o cantor vinha se tratando com colírios bem adequados, receitados justamente para controlar essa pressão. Entretanto, o glaucoma tem um inimigo oculto: a evolução assintomática.

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Isso significa que nem sempre o tratamento com colírios é suficiente no combate ao glaucoma. No caso do músico, o colírio mantinha a pressão ajustada, mas foi percebido um aumento na escavação do nervo óptico, um dos fatores causadores do glaucoma. O aumento da escavação é um forte indicativo de que o problema já está em nível avançado.

Quando isso ocorre, significa que as fibras que compõem o nervo óptico estão se perdendo, levando muitas pessoas à cegueira. É natural que o ser humano perca ao menos parte dessas fibras com o envelhecimento, mas o glaucoma acelera consideravelmente esse processo. O problema é que nem sempre a pressão sobre o nervo é sintomática, de modo que sua gravidade só se torna real quando já apresenta danos irreversíveis à vista.

O agravamento do Glaucoma também pode ser percebido quando é observada a ocorrência de picos pressóricos importantes, que, em outras palavras, são picos de aumento da pressão intraocular. A situação é um fator de risco significativo para o surgimento e piora da doença.

Diante das particularidades da doença, é importante compreender que há diferentes tratamentos para o glaucoma, até mesmo porque existem diferentes faces da doença. Nem sempre o procedimento cirúrgico é o passo número um, como também nem sempre será a aplicação do colírio. Os glaucomas podem ser de ângulo aberto, de ângulo fechado, congênito de pressão normal ou secundário, e basicamente se diferenciam pela forma como exercem a pressão sobre o nervo óptico. Por isso, o procedimento consiste não em corrigir o nervo, mas em eliminar o problema que o vem afetando.

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E aí entra o X da questão quando se trata particularmente do glaucoma. O diagnóstico e o tratamento precoce tornam possível corrigir os fatores que levam a progressão da doença e o impacto à vida do paciente. Infelizmente, ainda são recorrentes os casos de pessoas que sofrem com o glaucoma sem ainda terem feito o diagnóstico. Casos em que o indivíduo descobre a doença por acaso, numa consulta de rotina, são muito mais frequentes do que se pode imaginar.

Esse é o tipo de alerta que merece ser feito com veemência, uma vez que o paciente, em tese, não apresenta motivo algum para ir ao oftalmologista. Mas é a consciência preventiva em torno da saúde ocular que viabiliza o tratamento certo da forma adequada. O glaucoma tem cura; a perda de visão não.

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Erika Yumi
Oftalmologista especializada no tratamento de glaucoma do NEO Oftalmologia Vila da Serra. Foto: Vitor Goulart
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