O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) circulou internamente nesta segunda-feira, 15, a planilha com dados detalhados da votação para procurador-geral de Justiça. O Estadão teve acesso ao documento.
O documento consolida a distribuição de votos para diferentes combinações de candidatos. Pela regra eleitoral do MP, cada promotor pode votar em até três concorrentes. Cerca de dois mil membros do Ministério Público participam da eleição.
Os números mostram que o candidato de oposição, Antonio Da Ponte, segundo colocado na lista tríplice, foi quem recebeu a maior quantidade de votos únicos (382).
Mas, como cada eleitor pode votar em até três nomes, os procuradores da situação chegaram tranquilamente à lista - José Carlos Cosenzo recebeu 1.004 votos e ficou em primeiro; Paulo Sérgio de Oliveira e Costa ganhou 731 votos e ocupou a terceira colocação.
Os dados também apontam para uma ação estratégica do grupo que apoiou as candidaturas de situação, dos procuradores José Carlos Cosenzo e Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, que concorrem com o apadrinhamento do ex-procurador-geral Mario Luiz Sarrubbo.
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Esse grupo depositou o terceiro voto na procuradora Tereza Exner, que se apresentou na eleição como candidata independente, mas foi corregedora na gestão Sarrubbo. O movimento pode ser lido como tentativa de deixar a oposição fora da lista tríplice, uma vez que os promotores não são obrigados a declarar preferência por mais de um candidato.
A distribuição da votação também indica que a oposição conseguiu se articular melhor. Somados, os votos únicos para José Carlos Cosenzo (205) e Paulo Sérgio de Oliveira e Costa (81) não chegaram aos 382 de Antonio da Ponte. Em contrapartida, os dois receberam mais votos em conjunto, o que sugere novamente uma tentativa de blindar a lista tríplice contra a oposição.
Veja o resultado detalhado da votação:
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem a prerrogativa de escolher o procurador-geral, indicou Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, o menos votado da lista.
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