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Opinião|Entenda por que viagens longas são fatores de risco para trombose

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convidado
Por Camila Helena Oliveira*
Camila Helena Oliveira Foto: Divulgação

Viagens de longa distância, por via aérea ou terrestre, conferem um risco aumentado para trombose venosa. As taxas são maiores naqueles que viajam por períodos prolongados (por exemplo, acima de 4 horas), com uma incidência de 0,5% para vôos com duração maior que 8 horas, e seu surgimento é mais comum nas duas primeiras semanas após a viagem.

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As causas para a trombose associada às viagens aéreas não são claras. Possíveis fatores contribuintes durante viagens prolongadas podem incluir acúmulo de sangue nas veias devido à imobilidade e níveis elevados ou ativação de fatores de coagulação.

O risco de trombose relacionada à viagens é maior em indivíduos com fatores de risco pré-existentes para o desenvolvimento de tromboembolismo venoso.

Fatores de risco

  • Cirurgia de grande porte recente
  • História prévia de trombose venosa
  • Câncer
  • Gravidez
  • Idade avançada
  • Uso de anticoncepcionais contendo estrogênio ou outras preparações estrogênicas
  • Obesidade
  • Trombofilia hereditária
  • Imobilidade
  • Varizes

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Medidas gerais para prevenção de trombose em viagens longas

  • Deambulação frequente, a cada uma a duas horas
  • Flexão e extensão frequentes dos tornozelos (alongamento dos músculos da panturrilha) e joelhos (alongamento dos músculos da coxa)
  • Usar roupas largas e confortáveis
  • Manter-se hidratado(a)
  • Evitar medicamentos (por exemplo, sedativos, pílulas para dormir) ou álcool, que podem prejudicar a capacidade de se levantar e se movimentar. Além disso, o álcool pode contribuir para desidratação, que aumenta o risco de trombose.

Uso de meias de compressão graduada

O uso de meias de compressão graduada abaixo do joelho adequadamente ajustada em voos com duração de pelo menos quatro horas, reduz as taxas de trombose venosa e edema de membros inferiores.

Prevenção medicamentosa

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Realizada com medicamentos anticoagulantes, que são substâncias que ajudam a prevenir a formação de coágulos sanguíneos, não é indicada de rotina, sendo seu uso preferencial em viajantes com risco alto para desenvolvimento de trombose (por exemplo, história prévia de trombose e múltiplos fatores de risco). Deve sempre ser prescrita sob orientação médica considerando-se que os benefícios da prevenção de trombose superam os riscos de sangramento ou outro evento adverso.

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Como suspeitar de uma trombose após viagens longas?

Os primeiros sintomas podem incluir inchaço, dor, sensação de peso, formigamento ou mudanças na coloração da pele. Caso observado o surgimento desses sintomas é importante procurar imediatamente um ponto atendimento para a realização do ecodoppler vascular, que é um ultrassom para avaliação do fluxo nos vasos sanguíneos.

A complicação fatal da trombose venosa é a embolia pulmonar, ocasionada quando o coágulo da perna se desloca até a circulação arterial do pulmão, prejudicando a oxigenação sanguínea. Por isso, atentar aos sintomas e procurar um diagnóstico e tratamento precoces podem evitar essa complicação fatal.

*Camila Helena Oliveira é especialista em Cirurgia Vascular e Ecografia Vascular com Doppler pela SBACV/AMB/CBR. Graduada em Medicina pelo Centro Universitário Lusíada. Fez residência médica em Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular e Ecografia Vascular com Doppler na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP)

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