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Governo exonera corregedor da PRF indicado por Bolsonaro um mês antes da eleição

Corporação afirma que dispensa do inspetor Wendel Benevides Matos tem respaldo da CGU e busca 'afastar qualquer sugestão de parcialidade'

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Foto do author Rayssa Motta
Wendel Benevides Matos ficaria no cargo até novembro de 2023. Foto: Divulgação/PRF

O governo federal exonerou o inspetor Wendel Benevides Matos do cargo de corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A portaria assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi publicada no Diário Oficial da União.

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Como corregedor, Matos era responsável por investigações administrativas e processos disciplinares. Ele havia sido indicado para o cargo em setembro do ano passado, ainda no governo Jair Bolsonaro (PL). O mandato iria até novembro de 2023.

A PRF afirma que a exoneração busca 'afastar qualquer sugestão de parcialidade sobre os processos apuratórios internos'. A corporação diz ainda que a decisão tem o respaldo da Controladoria-Geral da União (CGU).

"A Direção-Geral da PRF, frente aos inúmeros procedimentos correcionais que envolvem o antigo diretor, Silvinei Vasques, buscou entendimento com os órgãos de controle externo para a substituição do corregedor-geral, nomeado justamente pelo ex-diretor", diz o comunicado.

Como mostrou o Estadão, a PRF promoveu trocas em todas as superintendências nos primeiros meses do governo Lula em uma tentativa de abandonar o bolsonarismo e retomar o foco operacional, sem alinhamento político ou ideológico.

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O ex-diretor-geral da corporação, Silvinei Vasques, está sendo investigado por suspeita de omissão no enfrentamento a grupos bolsonaristas que ocuparam rodovias federais em protesto contra o resultado das eleições. Ele chegou a usar as redes sociais para pedir votos para o então presidente Jair Bolsonaro na véspera do segundo turno.

Sob a direção de Silvinei Vasques, a PRF também desobedeceu o comando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e abordou ônibus de passageiros no segundo turno, sobretudo no Nordeste, reduto eleitoral de Lula. Foram ao menos 560 operações. O PT encampou a narrativa de que a corporação foi usada politicamente para dificultar o voto na região.

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