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Flávio Bolsonaro e sócio entregam loja de chocolates investigada pelo MP

Franquia da Kopenhagen é peça importante na investigação contra o senador; suposta lavagem de dinheiro por meio dela é o principal desdobramento do caso

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Por Caio Sartori/RIO
Atualização:

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e seu sócio, Alexandre Santini, entregaram a loja de chocolates num shopping do Rio que é alvo de investigação do Ministério Público. Citada em diversos momentos das apurações contra o parlamentar - e atualmente o principal desdobramento do caso -, a franquia da Kopenhagen é apontada pela Promotoria como uma forma dele lavar o dinheiro supostamente desviado da Assembleia Legislativa do Rio quando era deputado estadual.

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Denunciado em novembro do ano passado, o filho do presidente é acusado de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no âmbito das "rachadinhas", o desvio de salários de assessores que seriam "fantasmas". A loja no Via Parque, na zona oeste da cidade, teria sido uma das formas encontradas por Flávio para dar aparência de legalidade aos valores.

No momento, a loja está fechada e, segundo o Via Parque, sendo controlada pelo grupo CRM, dono da Kopenhagen e outras marcas. A empresa de Flávio e Santini (Bolsotini), por sua vez, continua com CNPJ ativo na Receita Federal, com capital social de R$ 200 mil. Procurado, o CRM informou apenas que assumiu a operação no dia 1° de fevereiro e que a transação foi "devidamente informada ao MP-RJ".

O senador Flávio Bolsonaro ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do empresário Alexandre Santini (à direita) na inauguração da loja de chocolates. Foto: Reprodução

A investigação do MP do Rio levantou diversas incongruências entre receitas e despesas, mostrando que o senador e a mulher, Fernanda Bolsonaro, não tinham o valor necessário para a aquisição e operação da franquia. Santini, então, teria entrado como "laranja".

O dado que mais chamou a atenção dos investigadores quando analisaram os balanços da loja foi o fato de a contabilidade não refletir o natural aumento de vendas esperado na quinzena que antecede a Páscoa. Eles concluíram, portanto, que o negócio tinha a "finalidade de acobertar a inserção de recursos decorrente do esquema de rachadinhas da Alerj no patrimônio de Flávio Bolsonaro sem levantar suspeitas."

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As apurações sobre a loja são hoje o principal desdobramento da investigação, conforme sinalizou o próprio MP na primeira denúncia do caso, que deixou de fora esse núcleo. Entraram, na peça, Flávio, a mulher, o operador Fabrício Queiroz e ex-assessores que teriam participado do esquema de desvios, além de um corretor de imóveis envolvido em transações suspeitas do senador.

O Estadão entrou em contato com a assessoria de Flávio e aguarda um retorno sobre o porquê da venda da loja.

LEIA A NOTA DO GRUPO CRM:

O Grupo CRM, detentor da marca Kopenhagen, comunica que no dia primeiro de fevereiro assumiu a operação da loja Kopenhagen do Shopping Via Parque. Em decorrência do fato, informamos que a empresa Bolsotini Chocolates e Café Ltda não é mais um dos franqueados Kopenhagen.

Toda a transação foi devidamente informada ao MP-RJ.

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