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Governo e sindicatos fazem acordo para aumento escalonado e delegados da PF vão ganhar até R$ 41 mil

Policiais federais vinham pressionando o Planalto com protestos e operações tartaruga; negociação com policiais penais não foi concluída

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Foto do author Rayssa Motta
Atualização:

Sindicatos da Polícia Federal e o governo Lula chegaram a um acordo, após meses de negociação, para recomposição dos salários na corporação.

A promessa é que, a partir de 2024, cinco carreiras da PF terão aumento – delegado, perito criminal, agente, escrivão e papiloscopista.

Os reajustes serão escalonados ao longo dos próximos três anos, em agosto de 2024, maio de 2025 e  maio de 2026.

Veja quanto cada categoria deve receber ao final dos três anos:

  • Delegados e peritos: R$ 27.831,70 (terceira classe), R$ 30.869,46 (segunda classe), R$ 35.377,35 (primeira classe) e R$ 41.350 (classe especial);
  • Escrivães, agentes e papiloscopistas: R$ 14.710,70 (terceira classe) e R$ 25.250 (classe especial).

O Planalto e os policiais federais travaram uma tensa queda de braço ao longo do ano, com movimentos estratégicos das entidades de classe, que ameaçaram inclusive fazer greves em áreas sensíveis.

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PF e PRF terão reajuste após ano de negociação com o governo. Foto: WILTON JUNIOR

O acordo põe fim às pressões das associações por melhores salários. Os protestos e operações “tartaruga” se estendiam desde a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os sindicatos ainda pretendem retomar as conversas sobre a reestruturação da carreira, não contemplada no pacto, mas a promessa de reajuste garantiu uma trégua na relação com o governo.

As negociações foram intermediadas pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o ministro da Justiça, Flávio Dino, também participaram ativamente das conversas para resolver o impasse antes da virada do ano.

“Chegamos a um bom termo, ao melhor acordo possível”, afirmou, em nota, a secretária adjunta de Relações de Trabalho Meri Lucas.

As propostas foram votadas e aprovadas por quatro entidades da PF – Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol), Associação Nacional Dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).

Em nota, a ADPF defendeu que os valores foram acordados levando em consideração a “realidade fiscal e orçamentária” do País. “Este é um passo significativo em direção ao fortalecimento das instituições responsáveis pela segurança e justiça no Brasil”, comemora Willy Hauffe Neto, presidente da associação.

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PRF também terá reajuste

Os salários dos policiais rodoviários federais também terão reajuste e, até 2026, os agentes vão receber até R$ 26 mil (topo da carreira). A negociação com os policiais penais está em andamento, segundo informou o governo.

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COM A PALAVRA, A DELEGADA TÂNIA PRADO, PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO NACIONAL DOS DELEGADOS DA PF

“A reivindicação conjunta foi parcialmente atendida, pois os percentuais de reajuste para início da carreira de delegado e dos demais cargos policiais são bem menores do que os propostos para os servidores do executivo federal em geral, além do que os servidores administrativos da PF, que exercem funções diferenciadas, infelizmente não foram contemplados pela proposta do governo. O prazo do reajuste ficou muito estendido.”

COM A PALAVRA, SUSANNA DO VAL MOORE, PRESIDENTE DO SINDICATO DOS POLICIAIS FEDERAIS EM SÃO PAULO

“O reajuste linear não contempla a reestruturação da carreira, debatida com o governo federal ao longo de 2023. Não corrige as divergências salariais que a reestruturação até então prometida pela União faria. Faltando cinco dias para terminar o ano, no apagar das luzes, o governo mudou tudo e apresentou uma recomposição linear, apenas. Isso deixou a categoria inconformada. A proposta também excluiu os servidores administrativos do plano especial de cargos da Polícia Federal e que estavam no projeto inicial. Isso só aumentou ainda mais a insatisfação geral. Não se pode, afinal, ignorar as especificidades do cargo previstas na legislação. Não vamos desistir da pauta da reestruturação de carreiras, porque é a única forma de reduzir o abismo salarial existente, hoje, dentro da própria Policia Federal, entre delegados, peritos e demais funções.”

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