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‘Fatos geradores’ de leniência não serão rediscutidos, alerta instituto sobre acordos da Lava Jato

Instituto Não Aceito Corrupção reforça lema de André Mendonça, contra ‘revisionismo histórico’, apontando que, com homologação de acordos, ‘tornaram-se indiscutíveis os pressupostos ensejadores’ dos pactos

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Foto do author Pepita Ortega
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Audiência de conciliação sobre acordos de leniência no STF Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

O Instituto Não Aceito Corrupção, que acompanha a ação no Supremo Tribunal Federal que questiona acordos de leniência fechados com diversas empresas - entre elas alvos expoentes da Operação Lava Jato -, fez um alerta sobre a audiência de conciliação realizada sobre o tema nesta segunda-feira, 26, entre empresas e órgãos do sistema de justiça: a renegociação dos pactos trata apenas valores, mas não dos ‘fatos geradores’ das leniências.

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Após uma manhã de debates entre autoridades e representantes de companhias que mantém acordos de leniência, o ministro André Mendonça deu 60 dias para que as partes entrem em um ‘consenso’ sobre o pactos.

Assim, durante tal período, os advogados de empreiteiras poderão se reunir com representantes da Controladoria-Geral da União e da Advocacia-Geral da União - sempre com a presença de um integrante da Procuradoria-Geral da República - para tratar dos acordos que seguem vigentes. A negociação pode resultar em uma repactuação, ou não.

O Instituto Não Aceito Corrupção participou da audiência e, ao frisar que os `fatos geradores’ das leniências não estão em pauta, se alinha com a indicação do ministro André Mendonça de que as tratativas não significam um ‘revisionismo histórico’.

Segundo o Inac, quando os acordos de leniência foram homologados, ‘tornaram-se indiscutíveis os pressupostos ensejadores’ dos pactos, ou seja, as confissões de ilícitos que levaram à negociação com o poder público.

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A entidade ainda destacou que, durante a audiência pública, as empresas Samsung, Brastemp, UTC e Camargo Correa ‘negaram categoricamente’ ter havido ‘coação’ durante o processo de celebração do acordo de leniência.

O termo foi usado na petição inicial impetrada por partidos da base aliada do governo para alegar supostas ilegalidades nas tratativas dos acordos. O pedido central da ação é uma eventual anulação de acordos, que, segundo o Inac, apresentam um valor total superior a R$ 8,1 bilhões.

De outro lado, empresas como a Novonor (antiga Odebrecht) e a J&F - que também participaram da audiência pública - alegaram abusos da Operação Lava Jato quando pediram ao STF a suspensão das multas de suas leniências.

A entidade também destacou que Mendonça reafirmou, durante a audiência de conciliação, a importância do acordo de leniência como um ‘instrumento vital na luta anticorrupção’.

Segundo o instituto, foi aberta a possibilidade de revisão dos acordos tendo em vista a ‘preservação da função social e econômica das empresas’ e considerando o ‘princípio da impossibilidade da impunidade da corrupção sob argumento de dano à economia’.

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Ainda de acordo com a nota, Mendonça salientou a premissa da boa-fé para as tratativas, sob ‘pena. Perda de benefícios e rescisão dos acordos’.

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