O ministro Luís Roberto Barroso, novo presidente do Supremo Tribunal Federal, fez um afago aos militares em seu discurso de posse nesta quinta-feira, 28. Após ressaltar que as instituições resistiram a ataques antidemocráticos, em especial no 8 de janeiro, ele enfatizou: “E, justiça seja feita, na hora decisiva, as Forças Armadas não sucumbiram ao golpismo”.
Como mostrou o Estadão, o discurso de Barroso - redigido em 10 páginas e dividido em três partes, seguindo uma superstição do magistrado - contou com recados ao Congresso Nacional e respostas à críticas sobre a atuação dos ministros.
Diante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos presidentes do Senado e da Câmara, que testemunharam sua posse, Barroso usou uma parábola para tratar dos desafios que deverá enfrentar no comando da Corte.
“Na vida nós estamos sempre nos equilibrando. Viver é andar numa corda bamba. A gente se inclina um pouco para um lado, um pouco para o outro e segue em frente. É assim para todo mundo, não importa se você está no palco ou na plateia”, ponderou.
“Às vezes, alguém olhando de fora pode ter a impressão de que o equilibrista está voando. Não é grave, porque a vida é feita de certas ilusões. Mas o equilibrista tem de saber que ele está se equilibrando. Porque se ele achar que está voando, ele vai cair. E na vida real não tem rede”, seguiu.
“Pretendo atuar, à frente do Supremo Tribunal Federal e do Poder Judiciário brasileiro, da forma como acho que a vida deve ser vivida: com valores, com empatia, com bom humor sempre que possível e, sobretudo, com humildade”, completou.
O ministro disse que assume a presidência do STF sem esquecer que é ‘um servidor público, um servidor da Constituição’. “Nos momentos difíceis, eu me consolo com a máxima que rege a minha vida: não importa o que esteja acontecendo à sua volta: faça você o melhor papel que puder. E seja bom e correto, mesmo quando ninguém estiver olhando”, indicou.
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