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Juiz mantém preso empresário que tentou mandar para a Bélgica 760 quilos de cocaína em carga de fubá

Após audiência de custódia na 5.ª Vara Federal, Bruno Lamego Alves, acusado de tráfico internacional de drogas pelo porto de Santos (SP), foi transferido para a Penitenciária I de São Vicente

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Porto de Santos. Foto: José Patrício / Estadão

Após audiência de custódia, o juiz Roberto Lemos dos Santos Filho, da 5.ª Vara Federal de Santos (SP), manteve o empresário Bruno Lamego Alves preso sob a acusação de tráfico internacional de drogas. Ele é apontado como um dos responsáveis pela tentativa de enviar 760 quilos de cocaína à Europa pelo porto de Santos no dia 15 de fevereiro de 2017. Lamego foi encaminhado à Penitenciária I de São Vicente (SP).

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Lamego é proprietário de uma empresa de importação e outra de consultoria logística no litoral paulista. Ele teve a prisão preventiva decretada em 8 de abril pelo juiz Roberto Lemos, mas somente foi preso no dia 28 de maio, durante busca e apreensão na residência dele, em Santos.

As informações foram divulgadas pelo Núcleo de Comunicação Social da Justiça Federal - Ação Penal n.º 0000309-56.2019.403.6104.

Segundo relatório da Polícia Federal, Lamego foi o responsável pela aquisição de sacos de 'fubá de milho' para ocultar a droga apreendida em dois contêineres no porto de Santos.

Ele teria negociado a compra e contratação da fumigação realizada nos contêineres. "A exportação da carga ilícita acondicionada foi fantasiosamente criada com o único objetivo de proporcionar condições para inserir droga junto a ela", diz o relatório da PF.

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Em sua decisão, o juiz afirma que ficou clara a 'existência de elementos hábeis a amparar a conclusão de, no mínimo, fortes indícios da efetiva participação (de Bruno Lamego Alves) em organização criminosa voltada à prática de tráfico internacional de drogas'.

O magistrado relata, ainda, que ficaram evidenciados 'robustos contornos da participação (de Bruno Lamego Alves) em atos necessários para a inserção e guarda da grande quantidade de cocaína, 760 kg, e a realização do transporte da droga nos containers MRKU 8925377 e CAIU 2566051 para a Antuérpia-Bélgica, por via marítima, no navio Capitão San Maleas'.

Roberto Lemos afirma crer que o empresário atua no comércio transnacional de entorpecentes 'para tanto utilizando pessoas jurídicas constituídas em seu nome e diversos artifícios criados para evitar sua identificação'.

Ele destacou, ainda, a existência de 'sinais da participação de Lamego em evento relacionado ao tráfico internacional de drogas apurado nos autos do Inquérito Policial n.º 752/2016, bem como de possuir relacionamento com pessoa envolvida na rumorosa Operação Brabo' - alvo de processos que tramitam na 9.ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

COM A PALAVRA, A DEFESA

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A reportagem tenta contato com a defesa do empresário Bruno Lamego Alves. O espaço está aberto para manifestação.

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