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Juiz revoga derrubada de redes de jornalista que ficou ‘exilado’ na Espanha 50 dias

Magistrado da 11.ª Vara Criminal do Recife autoriza retomada do site de Ricardo Antunes após 91 dias da decisão de uma juíza da capital pernambucana que tirou do ar o site do profissional e decretou a prisão dele no âmbito de processo por difamação e injúria contra um promotor do MP estadual

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Foto do author Pepita Ortega
Jornalista Ricardo César do Vale Antunes Foto: Arquivo pessoal

O juiz Paulo Victor Vasconcelos de Almeida, da 11ª Vara Criminal do Recife, revogou decisão de uma colega sua que mandou tirar do ar o site e as redes sociais do jornalista Ricardo Antunes, dono de um blog de grande audiência em Pernambuco.

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O jornalista segue proibido de fazer publicações sobre o promotor de Justiça Flávio Roberto Falcão Pedrosa, pivô de uma ação penal a que Antunes responde por difamação e injúria.

O processo foi aberto após o jornalista publicar detalhes da compra de um terreno por Pedrosa em Fernando de Noronha.

Ricardo Antunes teve a prisão preventiva decretada no bojo do processo. O jornalista não foi detido - ele permaneceu refugiado na Espanha por mais de 50 dias, até que o Tribunal de Justiça do Estado cassou a ordem de prisão que havia sido expedida pela juíza Andréa Calado da Cruz.

Ao revogar o decreto de prisão de Antunes, o juiz Paulo Victor Vasconcelos de Almeida anotou que a derrubada completa dos sites nas redes de Antunes não se faz necessária na atual fase do processo.

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O magistrado considerou que, três meses depois de a Justiça derrubar as publicações sobre o promotor, não houve descumprimento da ordem judicial.

Em seu despacho, Paulo Victor Vasconcelos de Almeida citou a revogação das medidas mais severas impostas ao jornalista - a prisão preventiva e o bloqueio de seu passaporte.

“Cessadas as publicações das supostas ofensas narradas na denúncia, não encontro razão para a manutenção da decisão que determinou a restrição integral de publicações nos sites e redes sociais do acusado, razão pela qual a tenho revogada”, decidiu o magistrado.

Na época em que a ordem de prisão de Antunes foi expedida, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota de repúdio. Segundo a entidade, a decisão afeta toda a classe jornalística e promove a “autocensura”.

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