A Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória às jogadoras do River Plate presas no último sábado, 21, por racismo. Elas terão que permanecer no Brasil e se apresentar mensalmente no fórum.
O ataque racista aconteceu na partida contra o Grêmio, pelas semifinais do torneio Brasil Ladies Cup, no estádio do Canindé, em São Paulo, no último dia 20. Candela Díaz, jogadora do time argentino, foi flagrada imitando um macaco em direção ao gandula, que foi defendido pelas jogadoras do Grêmio. O árbitro acabou expulsando seis atletas da equipe argentina, forçando o encerramento do jogo.
Após a partida, as jogadoras foram levadas para a 6.ª Delegacia de Polícia em São Paulo, onde o caso foi registrado como injúria racial. Testemunhas foram ouvidas e acusaram as quatro atletas, que agora são investigadas.
Em nota, a defesa de Candela Agustina Díaz, Milagros Naiquen Díaz, Camila Ayelen Duarte e Juana Cangaro afirmou que não havia razões para a prisão (leia a íntegra da nota ao final da matéria).
Uma das condições para a concessão da liberdade provisória é o depósito de R$ 25 mil em uma conta judicial para garantir eventual indenização em caso de condenação. Se o valor não for pago em até cinco dias, as jogadoras podem ser presas novamente.
O juiz plantonista Fernando Oliveira Camargo afirma na decisão que, apesar da “gravidade dos fatos”, as jogadoras não têm antecedentes criminais.
“Em que pese a manifestação ministerial e a gravidade dos fatos, entendo que a primariedade das investigadas, aliada ao fato de que permanecerão no país até o deslinde do feito, trazem a este juízo elementos para reapreciar a decisão de conversão do flagrante em prisão preventiva”, escreveu.
COM A PALAVRA, A DEFESA DAS JOGADORAS
“Os advogados de Candela Agustina Díaz, Milagros Naiquen Díaz, Camila Ayelen Duarte e Juana Cangaro, jogadoras do time feminino do River Plate, esclarecem que este não é o momento do exame do mérito das acusações, porém, igualmente a prisão antes decretada não poderia subsistir, ante a ausência de razões a sustentá-la. Felizmente revogada hoje a prisão, em liberdade, aguardarão o desfecho do Inquérito policial.”
Daniel Bialski, Bruno Garcia Borragine, Guilherme Ruiz Martins e André Bialski
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