
Em um voto de 204 páginas, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), descreveu os crimes que a Procuradoria-Geral da República (PGR) atribui ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito do golpe e desmontou a versão de bolsonaristas de que, entre os presos do 8 de Janeiro de 2023, estariam “senhoras com Bíblia”.
Entre as páginas 128 e 137 do documento, acolhido integralmente por seus pares na Primeira Turma do STF, tabelas e organogramas indicam que, entre 1.039 detidos na Praça dos Três Poderes, somente 4 mulheres com 66 anos ou mais (0,38%) foram condenadas a penas privativas de liberdade.
“Nenhuma das quatro mulheres com mais de 66 anos, diferentemente do que falsa e criminosamente é divulgado nas redes sociais pelas milícias digitais, foi presa ‘rezando’ ou com a ‘bíblia na mão’, mas sim participando ativamente dos graves crimes contra a Democracia brasileira, tendo invadido e sido presas dentro das sedes dos 3 Poderes parcialmente destruídas, conforme se verifica nas decisões condenatórias”, crava Moraes em seu voto.