O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, atendeu um pedido da Controladoria-Geral da União e garantiu ao órgão o compartilhamento de mensagens apreendidas na Operação Spoofing que citam o ex-chefe do Conselho ex-presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, Roberto Leonel de Oliveira Lima, e a delegada da Polícia Federal Erika Marena, que atuou na Lava Jato.
A decisão dada nesta quinta, 10, registra que a CGU pediu os dados com o objetivo de 'dar continuidade' a apurações da Corregedoria. Em ofício enviado à corte o órgão citou dois processos abertos para investigar 'supostas práticas ilícitas de servidores públicos do Poder Executivo Federal no exercício de suas atribuições' citadas em publicações da imprensa.
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A DECISÃO DE LEWANDOWSKIAs reportagens mencionadas pela CGU foram publicadas na esteira dos relatórios elaborados pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou ao Supremo Tribunal Federal após Lewandowski autorizar o acesso do petista a mensagens atruídas à força-tarefa da Lava Jato que o citavam.
Parte da apuração da CGU tem como base mensagens que mostram que uma delegada da PF teria lavrado o termo de depoimento de uma testemunha sem que ela tivesse sido de fato ouvida. Na época, a Operação Lava Jato era integrada pela delegada Érika Marena, que atuou nas investigações de Curitiba desde o seu início.
"Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada... DPFs [Delegados de Polícia Federal] são facilmente expostos a problemas administrativos", teria escrito o então coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, em uma conversa com o procurador Orlando Martello Júnior no dia 26 janeiro de 2016.
Já as outras mensagens as quais a CGU vai ter acesso tratariam de 'supostos acessos indevidos a dados constantes nos sistemas da Receita Federal'. Trechos dos diálogos reproduzidos em reportagens citam o nome 'Leonel' e falam em uma 'combinação com a Receita Federal'. Em uma das mensagens citadas, Deltan escreveu: "A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial, que tal? Basta estar em EPROC [processo judicial eletrônico] público. Combinamos com a RF"