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Opinião|Líbano, nação pacífica que vive em tragédias

O perene estado de hostilidade entre Israel e Hezbollah é uma espada de Dâmocles eternamente pendurada sobre o Líbano

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convidado
Por Ney Lopes

Sempre gostei de viajar. Assemelho a quem ler um livro, desde que planejada a viagem.

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Beirute, no Líbano, é uma cidade que desejei visitar pela admiração que tenho pelo povo libanês.

Quando era deputado, Michel Temer, que é libanês, convidou-me, mas tinha um compromisso inadiável nos dias da viagem.

Em Natal, o amigo Gosson chegou a preparar um excelente roteiro, porém, à época preferi ir a Jordânia, país vizinho ao Líbano, pela atração de Petra, onde vi uma cidade inteira esculpida nas rochas, com 10 mil anos de história.

Atualmente, é uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

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Quintal do Hezbollah

Lamentável, que o Líbano seja uma nação pacífica, vivendo de tragédia em tragédia, embora não agrida, nem estimule conflitos.

É vítima histórica dos vizinhos e imigrantes.

Agora, já está em guerra novamente pela presença em seu território do “Hezbollah”.

Israel iniciou operações terrestres violentas no sul do Líbano, destinadas a atingir “alvos e infraestruturas” do “Hezbollah”.

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A operação coloca tropas israelenses no quintal do Hezbollah.

A região foi transformada em palco de um novo enfrentamento militar, que já deixou mais de mil mortos e arrisca transformar-se numa ampla guerra total, que pode se espalhar por toda a região.

Tais circunstâncias, impedem o turismo em Beirute.

A capital do Líbano já foi chamada de “Paris do Oriente” ou “Perola do mediterrâneo”, pela sua posição à beira-mar, calçadão repleto de bons restaurantes, teatros e uma variedade de lojas, casas noturnas e de shows.

Beirute era descrita como uma “festa para os sentidos, não só visuais como olfativos”.

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Ao todo, a cidade já se reergueu sete vezes nos seus 5 mil anos de história.

Lá ocorreram desastres naturais e guerras.

Atualmente, a guerra destruiu tudo.

O que é Hezbollah

Hezbollah ou Hizbollah é uma organização política e paramilitar fundamentalista islâmica xiita libanesa, sediada no Líbano, fundada nos anos 80 durante a Guerra Civil Libanesa, por líderes religiosos alinhados ao Irã, com o objetivo de destruir Israel.

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É uma das forças não estatais mais bem armadas do mundo.

Controla a mais poderosa força militar do país.

O Hezbollah, como partido político xiita e grupo armado, tem forte influência no Líbano, tanto no parlamento, quanto no governo.

Neste contexto de extremas dificuldades, o Líbano enfrenta grave crise econômica, que jogou quase metade dos libaneses na pobreza.

O perene estado de hostilidade entre Israel e Hezbollah é uma espada de Dâmocles eternamente pendurada sobre o Líbano.

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Somente a guerra de 2006 custou US$ 6,75 bilhões (R$ 36,67 bilhões) e uma queda de 5% na economia.

Recentemente, o porto de Beirute foi vítima de incêndio, acentuando os obstáculos para a reconstrução da cidade.

Uma das únicas alternativas de paz seria um entendimento entre Israel e o Líbano e fazer israelenses e libaneses terem um futuro juntos.

Todavia, a força econômica e militar do grupo Hezbollah impede, até hoje, que isto aconteça.

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Ney Lopes
Jornalista, advogado, ex-deputado federal, ex-presidente da CCJ da Câmara Federal, ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, procurador federal. Foto: Arquivo pessoal
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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão.

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