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Ministério da Justiça, sob Moro, vai analisar registro de novos sindicatos

Concessões estão suspensas desde julho do ano passado, depois da terceira fase da Operação Registro Espúrio

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Por Breno Pires e BRASÍLIA
Atualização:

Sérgio Moro. Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

Paralisada há nove meses, a concessão de novos registros para sindicatos deve ser retomada a partir de 2 de maio, mas sob nova direção. A análise dos pedidos passará a ser feita pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Até o ano passado, essa tarefa era do Ministério do Trabalho, extinto, por medida provisória, no dia 1.º de janeiro. Mais de 3,4 mil pedidos aguardam resposta.

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Novas autorizações estão vetadas desde julho passado, depois da terceira fase da Operação Registro Espúrio, que investigou fraudes e desvios na aprovação de documentos  teve como alvo o ex-ministro do Trabalho Helton Yomura, a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) e Roberto Jefferson, pai de Cristiane.

Para liderar o reordenamento do sistema de concessão de registros, o ministro Sérgio Moro nomeou o delegado da Polícia Federal Alexandre Patury. As principais diretrizes são dar transparência e respeitar a ordem cronológica de análise dos pedidos, obrigação legal vinha sendo descumprida.

"O propósito da transferência do setor de registro sindical ao Ministério da Justiça e Segurança Pública foi o de prevenir a captura dele por agentes públicos desonestos. Isso será feito por meio de transparência na tramitação dos pedidos e no processo decisório, o que inclui a digitalização. Certamente, caso identificadas fraudes, serão comunicadas", disse Moro ao Estado.

Desde janeiro, uma equipe de 20 pessoas cuida dos processos de registros sindicais que estavam no Ministério do Trabalho. A orientação, agora, será encaminhar suspeitas de irregularidades a corregedores e à própria Polícia Federal.

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Enquanto o novo sistema não entra em vigor, a criação de sindicatos cai vertiginosamente. Com o fim da obrigatoriedade do imposto sindical, aprovada durante o governo Michel Temer, os sindicatos tentam reverter no Congresso a medida provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro (MP 873), que impede o desconto em folha da contribuição sindical mesmo quando autorizada pelo trabalhador.

Na próxima semana, sindicalistas devem se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para pedir agilidade na análise da MP, entre eles o deputado Paulinho da Força (SD-SP), também alvo da Registro Espúrio.